quinta-feira, abril 20, 2006

O escândalo que não poupou nem o Milan

A descoberta de gravações telefônicas mostrando uma complexa rede de relacionamentos comprometedores dá a sensação de que o futebol italiano pode mergulhar no maior escândalo de sua história. Um título que, por enquanto, é do Totonero, uma crise que foi capaz de levar de roldão jogadores da seleção italiana e até grandes clubes como Lazio e Milan.
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Ubiratan Leal

Palmeiras x torcida do Palmeiras

Não há limite para a bizarrice que cerca o futebol brasileiro. Ainda bem. A última notícia nesse nível veio da torcida do Palmeiras, que desafiou o clube para um amistoso. Vejam só.

Chutômetro

Soluções da 33ª edição e as questões da 34ª.

quarta-feira, abril 19, 2006

Eric Cantona

O francês Eric Cantona sempre deu motivos de sobra para ser considerado um dos maiores figuraças do futebol mundial. Pois nada melhor para coroar sua trajetória do que aparecer como apresentador da campanha “Joga Bonito” da Nike – em que se valoriza o futebol-arte – e dar para uma revista inglesa uma seleção mundial só com jogadores bad boys. Atitude típica de um dos maiores malacos do futebol nos últimos 20 anos
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Ubiratan Leal

terça-feira, abril 18, 2006

Dicas de 18 de abril (Lego na Copa)

Mais dicas exclusivas de sites ligados à Copa. E, no caso, para quem quer ver como os Legos estão encarando isso.
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Ubiratan Leal

Espera pela Copa não pode ser desculpa

As primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro correm como se fossem a primeira fase antes do mata-mata do formato antigo de disputa. Fica um ar de que aquilo tudo é preliminar, que não vale muito para a definição do título. Assim, é natural que alguns clubes se arrastem até a paralisação proporcionada pela Copa do Mundo e tratem esse início de Brasileirão como uma preparação para algo que ainda não começou. Uma desculpa perfeita que, no fundo, é um erro estratégico usado para disfarçar sua própria falta de planejamento.
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Ubiratan Leal

segunda-feira, abril 17, 2006

Napoli ressurge

Com três rodadas de antecipação, o Napoli garantiu sua volta à Serie B da Itália.

Trombetas de 17 de abril

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo.
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Ubiratan Leal

Fifa Futebol

Na esteira do sucesso de “Fifa Fever”, a Focus Filmes lançou no Brasil “Fifa Futebol”, outro DVD oficial da entidade para comemorar seus 100 anos. Bem, na verdade, o centenário foi em 2004, mas o lançamento no Brasil se deu com dois anos de atraso. De qualquer maneira, muita gente vai aproveitar o embalo e comprar o vídeo, composto por documentários que contam parte da história do futebol mundial. Mas deve ficar claro que essa não é uma compra tão interessante quanto a de “Fifa Fever”.
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Ubiratan Leal

quinta-feira, abril 13, 2006

Até parece

Quem olhar hoje a tabela da Libertadores verá que TODOS os times estão com cinco partidas. Até parece que o torneio é organizado e tem rodadas agrupadas na mesma semana para não haver distorção na classificação.

Pergunta sobre o Guarani

Como um time que venceu o Santos e empatou com Corinthians, Palmeiras e São Paulo consegue tomar cinco gols do Flamengo em uma partida? E ainda culpam o árbitro por ser de Brasília...

A tradição das Midlands no futebol

Na reta final, o Campeonato Inglês se concentrou tanto na disputa entre os rivalíssimos Arsenal e Tottenham Hotspur pela quarta vaga do país na Liga dos Campeões que poucos se atentaram a um importante fato: a crise das Midlands. Essa região, que, como o nome indica, fica entre Londres e o norte da Inglaterra, tem como único representante relativamente importante o Aston Villa. Enquanto isso, West Bromwich Albion e Birmingham City estão a caminho da segunda divisão, de onde não conseguem sair Leicester City, Coventry City e Derby County. Uma participação desproporcional à importância histórica da região.
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Ubiratan Leal

Chutômetro

Soluções do teste 32 e perguntas do 33.

quarta-feira, abril 12, 2006

E se Maradona não tivesse brilhado em 1986?

Depois de vencer sua própria decadência, Maradona tem se transformado em figura pop. Aparece em propaganda vestindo a camisa da seleção brasileira, tem programa de entrevista e até bate uma bolinha nos tais “Showballs”. Independentemente do marketing que gira em torno de tudo isso, é bom ver a recuperação do que é considerado pela maioria como um dos dois maiores jogadores de todos os tempos. Mas será que seria assim se ele na conseguisse levar a Argentina ao título mundial em 1986?
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Ubiratan Leal

Com que roupa... (Joma e Marathon na Copa)

Para concluir a série de camisas da Copa do Mundo 2006, vamos mostrar as duas que faltaram. Justamente de dois fabricantes menores, cada um com uma seleção pouco expressiva (e, coincidentemente, latino-americana). Para ver as outras camisas da série, clique no arquivo por seções.
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Ubiratan Leal

terça-feira, abril 11, 2006

Fogão, ê ô

Mais uma da série "tem coisas que só o Brasil faz por você": veja. Dica do colega André Pugliesi.

Micah Richards

A imprensa brasileira nunca mostrou muita disposição a “bancar” uma revelação do futebol inglês. Ainda mais se for um defensor. Até o sujeito provar que não se encaixa em algum estereótipo, vai um longo tempo. Mas não estranhem se isso não ocorrer com Micah Richards, zagueiro de 17 anos do Manchester City. Tudo porque ele pode ser considerado mais um exemplo de sucesso brasileiro no exterior.
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Ubiratan Leal

Álbum da Copa do Mundo Panini

Os mais saudosos ainda acham que álbum de figurinha de Copa do Mundo tem de ser com cromos vindos juntos com chicletes. E talvez seja mesmo. Até porque os cards, idéia interessante, foi mal sucedida em 1994. De qualquer maneira, a opção que restou foi colecionar álbuns de figurinhas tradicionais. No caso, um que tem selo de produto oficial da Fifa e o know how para esse tipo de produto da editora italiana Panini.
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Ubiratan Leal

segunda-feira, abril 10, 2006

Campeonato Andorrano

Este fim-de-semana acabou a segunda (e decisiva) fase do Campeonato Andorrano. O campeão foi o Rànger's Pizzeria Venecia, com o segundo lugar se dividindo entre Don Pernil Santa Coloma e Sant Julià. Além dos nomes curiosos e que dão fome, fica a idéia de que em Andorra tudo terminou em pizza.

Trombetas de 10 de abril

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo.
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Ubiratan Leal

O Santos não é ruim como pintam alguns

O título paulista foi com justiça para o Santos. O São Paulo é mais forte, mas não se dedicou devidamente ao Estadual e, pela regularidade (sentido dos pontos corridos, mesmo que apenas em um turno), o Peixe foi melhor. O curioso é que ficou uma imagem de que o time da Baixada era uma porcaria e tudo se devia a Vanderlei Luxemburgo, seu técnico. O que é uma distorção.
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Ubiratan Leal

sexta-feira, abril 07, 2006

O pan-arabismo no futebol

A Copa de 2006 terá um curioso duelo entre Tunísia e Arábia Saudita. Um jogo entre africano e asiático que, por razões históricas, pode ser considerado um clássico regional. Tudo porque os árabes levaram ao futebol a união cultural e política que possuem. A ponto de criarem suas próprias Copa de Nações e Liga dos Campeões, como se fossem um continente.
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Ubiratan Leal

Chutômetro

Soluções da edição 31 e edição 32.

quinta-feira, abril 06, 2006

Gafe made in Mexico

Gafe do bom site mexicano Medio Tiempo. Veja a chamada para a notícia da vitória do Chivas Guadalajara sobre o São Paulo: "Chivas consiguió un histórico triunfo 1-2 en casa del Sao Paulo, actual Campeón de América y del Mundo. El equipo mexicano se plantó muy bien en la enorme cancha del Morumbí y trabajó el partido, aguantó los insistentes embates del local sin que Oswaldo tuviera problemas e hizo 2 buenos goles. Para darle real dimensión a este resultado, además de la gran calidad del actual equipo paulista, hay que decir que desde el Mayo 8 de 1987 el Timao no perdía un juego como local en Libertadores".

Atlético-PR

O time perdeu da Adap no Campeonato Paranaense e do Volta Redonda na Copa do Brasil. Tudo porque mudou seu comendo no meio do caminho. E depois há os que reclamam quando dizem que o Atlético-PR não é tão organizado e planejado como diz ser.

Luigi di Biagio

Se a Itália tem algum trauma com disputa de pênaltis, ele não se deve apenas a Baggio contra o Brasil em 1994. Afinal, aquele foi apenas o segundo de uma série de três desclassificações consecutivas dessa forma. E, quase coincidentemente, a terceira derrota se deveu a um erro de um jogador quase homônimo ao ex-craque: Di Biagio. Meia que ficou sumido nos últimos anos, mas que, mesmo com quase 35 anos, continua na ativa.
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Ubiratan Leal

Por uma América futebolisticamente unificada

A MLS está longe de ser o campeonato tecnicamente mais forte do mundo. No entanto, a liga começou nesta semana deixando claro a quem quiser ver que está consolidada. Já há uma expansão controlada de equipes, talentos surgindo discretamente e motivação para a construção de estádios próprios para a prática do soccer. O que dá mais corda para a tentadora idéia de unificar futebolisticamente as Américas.
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Ubiratan Leal

quarta-feira, abril 05, 2006

Salvador Hugo Palaia

Desde a entrada da MSI no Corinthians, Antônio Roque Citadini aparece na imprensa apenas para criticar a parceria. O que é triste, pois, independentemente de suas atitudes como dirigente alvinegro, Citadini era uma das personagens mais engraçadas do futebol paulista. Não hesitava em tirar um sarro dos rivais e em agir publicamente como torcedor. Sorte que reapareceu Salvador Hugo Palaia.
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Ubiratan Leal

Por que clássicos são necessários?

Quando planejou sua expansão em 2005, a MLS tinha propostas para instalar novos times em diversas cidades dos Estados Unidos. Se bem aproveitada, a oportunidade poderia colocar a liga em diversos cantos do país. Porém, a direção da entidade preferiu deixar para depois e fez que o Chivas USA, time norte-americano ligado ao Chivas Guadalajara, tivesse sua sede em Los Angeles, onde já havia o Galaxy. Motivo: a necessidade de criar um clássico regional.
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Ubiratan Leal

terça-feira, abril 04, 2006

Amor próprio nas alturas

É verdade que o Flamengo não tem um time de se orgulhar. E que precisa descobrir uma forma de se reorganizar e crescer. Mas o clube precisa de um pouco de amor próprio e de criar um modelo auto-sustentável internamente. Nada a ver com megalomania, mas apenas com usr a própria grandeza como parâmetro para voltar a crescer aos poucos. Justamente o que o Flamengo parece fazer questão de afundar. Não bastassem as tentativas toscas de fechar parcerias e de ter flertado com a MSI para ter jogadores não-aproveitados no Corinthians em 2005 (o que não se confirmou), o Rubro-negro fechou acordo para ficar com atletas não-aproveitados pelo Cruzeiro. Alguém acha que isso realmente é solução?
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Ubiratan Leal

Hooligans

Filmes com temática esportiva são perigosos. Em muitos casos, cria-se um universo alternativo, de mocinhos e vilões e enredos fraquíssimos para tentar dar aura de herói ao personagem principal. Outros, mais raros, o diretor consegue captar de alguma forma os sentimentos que envolvem o esporte e explicar um pouco o que faz tantas pessoas se envolverem com esse tipo de atividade. E “Hooligans” (“Green Street Hooligans” em inglês), filme que retrata um grupo de torcedores organizados ingleses, pode não ser uma obra-de-arte, mas está no segundo grupo.
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Ubiratan Leal

Dicas - World Cup Blog

Um pessoal nos Estados Unidos resolveu organizar o noticiário da Copa do Mundo em blogs. São 33, um para cada seleção e um para falar de arbitragem. Então, aí vão todos os links (em inglês).
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Ubiratan Leal

segunda-feira, abril 03, 2006

Trombetas de 3 de abril

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo.
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Ubiratan Leal

A melhor propaganda do 3-5-2 no Brasil

O 3-5-2 nunca foi um esquema tático muito popular no Brasil. É mal-interpretado, exige adaptação de alguns jogadores brasileiros e desperta desconfiança de treinadores, imprensa e torcedores. Por isso, ele vive de surtos intermitentes, de acordo com uma equipe que utilize o sistema obter algum sucesso. Um sinal dos contrastes é que foi o sistema de jogo do Basil em duas Copas do Mundo: no fiasco de 1990 e no título de 2002. Pois, hoje, o São Paulo é a melhor propaganda em favor desse sistema no Brasil.
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Ubiratan Leal

sexta-feira, março 31, 2006

Chutômetro 31

Veja o novo teste e as respostas do anterior.

Ubiratan Leal

Adeus a "El Diablo"

Se alguém um dia pensou no nome de Marco Etcheverry para a seção "Quem é vivo", pode perder as esperanças. O meia boliviano encerrou a carreira nesta quinta em um amistoso entre ex-jogadores realizado em Santa Cruz de la Sierra. É bem verdade que ele não era tudo isso e que foi autor da façanha de ser expulso no jogo de abertura da Copa dee 1994 dois minutos após entrar em campo. Ainda assim, ele é visto como responsável pela classificação boliviana para aquele Mundial, além de ter sido uma das principais figuras nas primeiras temporadas da MLS, onde jogou pelo DC United.

Por quem a imprensa torce?

É raro a imprensa agradar ao torcedor. Primeiro, porque a mídia brasileira como um todo é cheia de falhas e vícios. No caso da esportiva, o excesso de oba-oba é o principal problema. Além disso, o torcedor comum tem uma tendência natural e instintiva de ver/ouvir/ler o que quer e de apenas confirmar seus pensamentos. Na soma dos dois casos, chega-se a conclusão de que os jornalistas são torcedores.
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Ubiratan Leal

quinta-feira, março 30, 2006

Resultado "histórico", e ninguém deu bola

Com o Goiás já classificado, o jogo The Strongest x Unión Española passou anonimamente pelos brasileiros. Pois ocorreu um fato que pode ser mencionado como curiosidade enciclopédica. Os hispánicos venceram por 1 x 0 e configuraram a primeira vitória chilena em La Paz na hitória da Libertadores.

Puma na Copa

A Copa do Mundo de 2006 terá um fato, digamos, inusitado em relação a camisas: o grande domínio da Puma nas seleções secundárias da competição. É meio lógico que a fabricante aproveitasse que o torneio se realizaria em seu país para ganhar espaço, mas era de esse esperar que a Adidas – rivalíssima da Puma desde a origem das empresas e patrocinadora oficial da Fifa – tentasse configurar alguma hegemonia. Vale atentar ao fato de que todas as equipes africanas vestirão Puma no Mundial.
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Ubiratan Leal

Os burros continuam voando

Juventus, Milan e Internazionale comandam a classificação no Campeonato Italiano. Nada mais trivial, inclusive a quarta posição da Roma e a quinta da Fiorentina, duas equipes que se reequilibraram técnica e administrativamente. E, logo depois, iniciando a fila de equipes médias e pequenas, aparece o Chievo. Um clube pequenino que insiste em provar que os burros (os asininos, não pessoas de pouca inteligência) podem voar. Justo quando mais parecia que eles aterrissariam.
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Ubiratan Leal

quarta-feira, março 29, 2006

Técnicos emprestados

O leitor Cláudio Kristeller mandou um e-mail ao Balípodo comentando um fato insólito. O América-RN demitiu o técnico Luís Carlos Martins. Sem opções para o cargo, a diretoria americana contratou por empréstimo dee uma partida Vereador, comandante do Alecrim. O leitor perguntou se o Balípodo conhecia algum caso parecido. E o mais bizarro é que sim! Em fevereiro deste ano, Val de Mello se demitiu do Mogi Mirim, que contou com o treinador do Pogon-POL, José Carlos Serrão, emprestado para a partida contra o São Bento. E o Sapo ganhou: 1 x 0.

Estádio Olímpico de Munique

Um dos estádios mais tradicionais da Alemanha foi abandonado por causa da Copa do Mundo de 2006. O Olímpico de Munique, construído para as Olimpíadas de 1972 e palco da final da Copa de 1974, foi deixado de lado por não proporcionar uma atmosfera intimista para os torcedores. E, assim, os organizadores decidiram construir um edifício completamente novo, o Allianz Arena. Pois vamos lembrar alguns fatos do velho estádio de cobertura tensionada.
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Ubiratan Leal

E se Romário tivesse jogado em 1998?

Pela primeira vez desde 1986, o Brasil se prepara para uma Copa do Mundo sem que haja pedidos por Romário. Enquanto a seleção de Parreira tem sua linha de frente decantada pelos torcedores, o atacante é cotado para defender o Miami, time da USL, liga de segundo escalão nos Estados Unidos. O que já não era sem tempo, pois, das Copas que Romário não jogou, apenas em 1998 ele realmente poderia ter acrescentado algo. Mas o que ele faria nos gramados franceses se não tivesse sido cortado?
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Ubiratan Leal

terça-feira, março 28, 2006

O Tricolor Suburbano volta a uma decisão

O Americano já se transformou em figura constante nas fases finais do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. A Cabofriense já apareceu bem em 2005 e o América, decadência à parte, já foi sete vezes campeão carioca. Assim, a principal novidade desta Taça Rio é o Madureira, um dos clubes mais tradicionais do subúrbio carioca, mas que poucas vezes conseguiu estar na mesma situação de hoje: disputando um título.
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Ubiratan Leal

Vincent Kompany

A Bélgica está de fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez desde 1978. Um dos principais motivos do insucesso nas Eliminatórias é o processo de renovação por que passa o futebol do país. O que não significa também que o futuro do futebol belga seja necessariamente desanimador. Há uma nova geração surgindo, com a perspectiva de recolocar os vermelhos com forças médias na Europa. E o principal símbolo é Vincent Kompany.
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Ubiratan Leal

segunda-feira, março 27, 2006

Onde comemorar?

Ano passado, o São Paulo poderia ser campeão contra o Santos na Vila Belmiro. Para não ver o rival celebrando em sua casa, a diretoria do Peixe transferiu o jogo para Mogi Mirim. Pois esse ano pode acontecer o contrário: Santos campeão em San-São no Morumbi. Seria engraçado se os são-paulinos também transferissem a partida para o interior...

Trombetas de 27 de março

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo.
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Ubiratan Leal

Uma boa aposta para um novo emergente

A ignorância dos jogadores do Botafogo a respeito de quem era o adversário na segunda fase da Copa do Brasil soou a soberba e provocação. O que acabou dando mais energia para o Ipatinga golear o Alvinegro no jogo de ida (3 x 0) e quase repetir o placar no Maracanã (3 x 1). A classificação incontestável serviu não apenas como auto-afirmação, mas também como mais um sinal de que o projeto em andamento no Vale do Aço merece atenção, pois ali pode estar surgindo mais um emergente no futebol brasileiro.
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Ubiratan Leal

sexta-feira, março 24, 2006

Chutômetro 30

Veja o novo teste e as respostas do anterior.

Muito mais que um jogo contra o Peru

Nesta sexta-feira 24 de março, com direito a feriado recém-instituído e eventos em todo o país, os argentinos relembraram o 30º aniversário do golpe militar liderado pelo general Jorge Rafael Videla. O exército se aproveitou da fragilidade de Isabelita Perón, que assumiu após a morte do marido Juan Domingo e foi incapaz de conter as atividades de grupos guerrilheiros esquerdistas (com destaque para os célebres montoneros). Foi o início dee um período de repressão que fez desaparecer pelo menos 30 mil argentinos levou nossos vizinhos a um delirante conflito com uma potência militar e que teve reflexos até no futebol internacional.
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Diogo Terra

quinta-feira, março 23, 2006

Nem tudo está perdido

Nesta quinta, Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães fizeram a segunda semifinal da Taça de Portugal. Rubinho esteve no gol dos setubalenses e, tendo em vista que o Balípodo falara dele no mesmo dia, era muito provável que ele fizesse alguma besteira em campo. Pois o ex-goleiro do Corinthians defendeu duas cobranças na disputa de pênaltis e foi fundamental na classificação dos sadinos.

Rubinho

Uma das poucas dúvidas que resta na seleção brasileira para a Copa de 2006 está no gol. Teoricamente, Dida, Marcos e Júlio César são os três escolhidos, mas as constantes contusões de Marcos abrem a possibilidade para Rogério Ceni e Gomes. Claro, ninguém sequer pensa no nome de Rubinho, que poderia estar na lista se tivesse mantido o status que teve durante as categorias de base. Continuação

Ubiratan Leal

Libertadores ainda tem armadilhas

A campanha brasileira da Libertadores 2006 tem sido notável. Dos seis participantes, apenas o Paulista parece ter poucas chances de classificação. Palmeiras e Corinthians ainda têm algo a provar, mas têm condições de seguir. Enquanto São Paulo, Goiás e Internacional estão tranqüilos por enquanto. Somado à má prestação dos argentinos, pode ser criada uma euforia brasileira. O que é muito precipitado ainda. Continuação

Ubiratan Leal

quarta-feira, março 22, 2006

Melhor que Gibão, Mãe Dinah, Robério de Ogum...

Há muita gente fazendo dinheiro na adivinhação (ou compra) de resultados de futebol. Mas ninguém foi tão preciso quanto um participante do fórum do site da BBC, que acertou os 7 x 0 do Liverpool sobre o Birmingham City nesta terça. E não foi apenas o placar, mas também detalhes dos gols. Vejam só (link em inglês).

Valorizar raízes protege contra apequenamento

Uma das conseqüências prováveis após o esvaziamento dos Campeonatos Estaduais é o apequenamento de forças regionais que não conseguirem manter o ritmo de conquistas no cenário nacional. O que não é um fenômeno brasileiro, pois a Liga dos Campeões tem feito isso com as ligas nacionais européias. No entanto, isso não significa que grandes clubes estejam fadados a se transformarem em América-RJ, Ypiranga-BA, Nürnberg ou Pro Vercelli. Basta encontrar seu nicho para fincar raízes. Continuação

Ubiratan Leal

terça-feira, março 21, 2006

Maldição também no "Quem é vivo"

A maldição do Balípodo toma conta de todas as seções. Nem bem o site falou do paradeiro de Victor Bonilla (veja aqui) que o colombiano foi dispensado pelo Barcelona de Guaiaquil. Seu destino ainda não é certo, mas os principais candidatos são os grandes clubes de Bogotá: Millonarios e Independiente Santa Fé.

Dicas de navegação para 21 de março

Esta quinzena, apenas imagens. Uma foto e três vídeos interessantes. Continuação

Ubiratan Leal

Clássico Mundial de Beisebol x G-14

Atitudes influenciadas por interesses políticos nem sempre podem ser levadas ao pé da letra, pois muitas vezes o mais importante não é o fato em si, mas a repercussão que ele pode ter. Assim foi o pedido, nesta segunda, de € 860 milhões que o G-14 (grupo de 18 grandes clubes europeus) fez à Fifa como indenização pelo uso de seus jogadores por seleções nacionais. Mais do que o dinheiro, os clubes sinalizam que querem tomar as rédeas do futebol mundial, influindo até no poder que as seleções teriam. Uma medida que pode parecer correta do ponto de vista deles, mas que vai contra as necessidades do futebol. Coisa que o beisebol mostrou no mesmo dia. Continuação

segunda-feira, março 20, 2006

Trombetas de 20 de março

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo. Continuação

Ubiratan Leal

Classificação do Estadual do Rio

Apenas para constar, já que muita gente vai ficar curiosa em relação a isso. A classificação geral do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro é: 1) América, 20 pontos; 2) Americano e Cabofriense, 19; 4) Friburguense, 17; 5) Volta Redonda, Fluminense, Botafogo e Vasco, 16; 9) Madureira, 14; 10) Nova Iguaçu, 13; 11) Flamengo, 11; e 12) Portuguesa, 6.

Todas as Copas do Mundo

Ano de Copa do Mundo é ano de Bienal do Livro de São Paulo, e não precisa ser um gênio para imaginar que os dois eventos resultam no lançamento de um grande número de livros de futebol. E, claro, para reaparecerem nas prateleiras das livrarias “Todas as Copas do Mundo”, obra de Orlando Duarte que se tornou referência de história dos Mundiais por ter dados estatísticos e alguns textos contando como foi cada torneio. Continuação

Ubiratan Leal

sexta-feira, março 17, 2006

Chutômetro

Veja as respostas do Chutômetro 28 e as perguntas do 29.

UA Maracaibo x Nacional

A vitória do Nacional de Montevidéu sobre o UA Maracaibo, na Venezuela, acabou com uma incômoda seqüência negativa, daquelas tantas que mostram a decadência dos clubes uruguaios. Desde 1990 um clube charrúa não vencia na Venezuela. A última vez fora com o Progreso, que fez 3 x 1 no Mineros. Depois disso, foram cinco vitórias vinotinto e três empates. Confira: 1990 - Pepeganga 1 x 0 Progreso, Pepeganga 1 x 0 Defensor e Mineros 0 x 0 Defensor; 1999 - Estudiantes 2 x 1 Bella Vista e Estudiantes 3 x 1 Nacional; 2001 - Deportivo Táchira 0 x 0 Peñarol; e 2004 - Maracaibo 1 x 1 Fénix e Deportivo Táchira 3 x 0 Nacional.

Em busa de El Dorado

No século XVI, vários conquistadores europeus se embrenharam no norte da América do Sul em busca de El Dorado, uma mítica nação nativa que teria ouro em abundância,a ponto de suas ruas serem pavimentadas com o metal. Exploradores como Gonzalo Jiménez de Quesada, Nicolás de Federmann, Sebastián de Belalcazar, Francisco de Orellana e Philipp von Hutten comandaram expedições sem nunca ter encontrado uma tribo coberta de ouro. Mas o El Dorado realmente existiu nesta região do planeta. Não foi exatamente como e quando a lenda espalhou, e sim, como um campeonato de futebol no século XX. Continuação

Ubiratan Leal

quinta-feira, março 16, 2006

E se o remo fosse o esporte nacional?

No início do século XX, o posto do futebol como esporte mais popular do Brasil ainda não era consolidado. Entre os concorrentes estavam remo, ciclismo, críquete e pelota basca. Nenhum se estabeleceu e, a bem da verdade, só o remo e o ciclismo tentam sobreviver, pois os outros dois praticamente morreram no país. Porém, o que aconteceria se um desses ganhasse do futebol na preferência dos brasileiros? Continuação

Ubiratan Leal

Investidores externos

O Flamengo, para fingir que a ladainha de ter Ronaldo em breve é verdadeira, disse que procura investidores para viabilizar a transação. Esse expediente já foi utilizado váris vezes, sobretudo no Rio de Janeiro. Curioso é que nunca tentam buscar os tais "investidores" para realizar algo sério na reestruturação do clube. É mais fácil fazer populismo trtazendo estrelas, mas sem perder o poder.

"Com que roupa" especial: Lotto e Umbro

Continuando com a série de camisas da Copa de 2006, agora é a vez da inglesa Umbro e da italiana Lotto, cada uma com apenas duas seleções patrocinadas. Continuação

Ubiratan Leal

quarta-feira, março 15, 2006

O lado ruim da Liga dos Campeões

Depois de ter em suas oitavas-de-final dois duelos que poderiam perfeitamente ser a decisão (Chelsea x Barcelona e Bayern de Munique x Milan), além de outro bastante esperado (Real Madrid x Arsenal), a Liga dos Campeões vê entre os oito melhores apenas duas efetivas surpresas (Villarreal e Benfica). Uma média que vem se mantendo nos últimos anos e serve um pouco para amenizar a realidade que ela própria criou no futebol europeu. Continuação

Ubiratan Leal

terça-feira, março 14, 2006

À Sombra das Chuteiras Imortais

Armando Nogueira conclui a orelha que escreveu em “Às Sombras das Chuteiras Imortais” com um seco e direto “Nélson (Rodrigues) é o nosso Homero, sem tirar nem pôr”. À parte a hipérbole contida na frase, algo até compreensível pela relação que Nogueira tinha com Rodrigues, é bem fácil de entender qual a relação entre um dos principais cronistas esportivos da imprensa brasileira com o autor da Ilíada e da Odisséia. E é nessa semelhança no papel de ambos que está o lado mais atraente da coletânea de crônicas organizada por Ruy Castro. Continuação

Ubiratan Leal

Steaua Bucareste

O futebol romeno dar novo sinal de vida no ano em que teve confirmada sua segunda ausência consecutiva em Copas do Mundo. Na Copa da Uefa, Steaua, Rapid e Dínamo, todos de Bucareste, conseguiram passar da fase de grupos e realizam boa campanha. À exceção do já eliminado Dínamo, os outros dois romenos podem chegar às quartas-de-final do torneio. Os mais novos podem não se lembrar, mas isso era comum na década de 1980, quando o Steaua era uma força continental. Continuação

Ubiratan Leal

Sergio Agüero

Na Argentina, é constante o aparecimento de jogadores que despontam como candidatos a grandes meias ou atacantes, misturando atuação cerebral com juventude. Esse é o caso do avante Sergio Agüero, do Independiente. Continuação

Diego Terra

segunda-feira, março 13, 2006

Lopes falhou, mas há mais erros no Corinthians

A demissão de Antônio Lopes do comando do Corinthians foi correta. Tão correta que se ouve poucos membros da imprensa tentando contemporizar, dizendo que o técnico foi bode expiatório ou algum outro discurso típico desses momentos. O principal motivo é que ele mostrou-se falho justamente nos pontos em que teoricamente deveria se destacar. O que não elimina o fato de que, no fundo, o Corinthians de hoje é um grande pólo de atração de crises. Continuação

Ubiratan Leal

Trombetas de 13 de março

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo. Continuação

Ubiratan Leal

Fotos da Copa

Você se lembra desse artigo? Pois a Fifa decidiu ceder, ao menos temporariamente. Ainda bem. Veja só.

sábado, março 11, 2006

Clássicos!

Fim-de-semana cheio de clássicos, e não é apenas Corinthians x São Paulo e Fluminense x Botafogo. Veja só: Itália: Juventus x Milan; Inglaterra: Chelsea x Tottenham e Arsenal x Liverpool; França: Olympique Marseille x Saint-Etiénne; Holanda: Ajax x PSV; Argentina: Independiente x River Plate; México: Tigres UANL x Monterrey; Japão: Kashima Antlers x Yokohama Marinos; Peru: Alianza Lima x Sporting Cristal; Equador: Barcelona x LDU Quito; e Bolívia: The Strongest x Bolívar.

sexta-feira, março 10, 2006

Qual é o duelo brasileiro, mesmo?

Assim que saiu o resultado do sorteio das quartas-de-final da Liga dos Campeões, a imprensa logo decretou: "Milan x Lyon farão o 'duelo brasileiro' da competição". Vários sites deram esse título e muitos jornais devem fazer o mesmo amanhã. Bem, é um ufanismo algo dispensável de tão forçado. E, mesmo assim, equivocado matematicamente. O Milan tem Dida, Cafu, Serginho, Kaká e Amoroso e o Lyon conta com Juninho Pernambucano, Cláudio Caçapa, Cris e Fred. Ou seja, o duelo terá nove brasileiros. Se o pessoal fosse menos precipitado e se informasse mais sobre todas as equipes (e não se preocupasse apenas com os nomes de maior destaque) veria que um duelo muito mais "brasileiro" é Benfica x Barcelona. O Barça tem cinco brasileiros (Ronaldinho, Beletti, Sylvinho, Thiago Motta e Edmílson), enquanto que os encarnados contam com oito (Moretto, Alcides, Ânderson, Luisão, Léo, Beto, Geovanni e Marcel). No total, são 13.

Condor no Paraguai

Depois da derrota para o Libertad na última quarta-feira, o técnico do Guaraní do Paraguai, Buenaventura Ferreira, pediu demissão. Para seu lugar, o clube aurinegro contratou Roberto "El Cóndor" Rojas. Isso mesmo: o ex-goleiro, preparador de goleiros e técnico do São Paulo e que estava desempregado há um bom tempo.

A solução japonesa

Na última semana, teve início mais uma temporada da J-League. Um torneio que até já foi transmitido no Brasil e se transformou em sinônimo de retiro para semi-aposentados misturado com jogadores nativos estabanados e voluntariosos. Pois, hoje, o Campeonato Japonês é algo muito mais sério. É uma competição já consolidada institucionalmente, com crescimento técnico e econômico e dando base a toda a reestruturação do futebol niponico, da seleção profissional ao mais amador dos times de bairro. Mostra como o esporte encontrou seu espaço no Japão. Continuação

Ubiratan Leal

Chuhtômetro 28

Veja as perguntas da edição 28 do Chutômetro e as respostas da 27.

quinta-feira, março 09, 2006

Touro vermelho

O Houston Dynamo não é a única novidade desta temporada da MLS. O New York/New Jersey Metrostars foi comprado pela Red Bull e se chama Red Bull New York. É bem verdade que o ex-time de Carlos Alberto Parreira e Branco nunca esteve entre os mais fortes da liga norte-americana e que clubes com nome de empresas têm em todo mundo, mas é sempre ruim ver um novo caso.

Victor Bonilla

Quando o Palmeiras chegou a final da Copa Libertadores de 1999, a imprensa alertou que, na final, o time do Parque Antárctica teria de tomar cuidado com o oportunista Victor Bonilla, centroavante do Deportivo Cali. A tendência se confirmou e o atacante fez o gol da vitória colombiana no jogo de ida. Continuação

Ubiratan Leal

Clubes do interior precisam descobrir modelo

É um recurso muito fácil e usual aproveitar qualquer boa fase de um clube de interior para dizer que há algo novo surgindo. Ainda mais em época de Estaduais, quando várias equipes pequenas aparecem como ameaça aos grandes em vários cantos do país. Casos de Noroeste, Ipatinga, Ipitanga, Colo Colo, Adap e até Volta Redonda. Porém, isso está longe de significar uma real recuperação do interior, pois ainda falta um projeto consistente para torná-los viáveis. Continuação

Ubiratan Leal

quarta-feira, março 08, 2006

George Best

É até uma injustiça colocar o norte-irlandês George Best na relação de figuraças do Balípodo. Afinal, ele não foi um personagem interessante, foi “O” personagem. Todo o contexto de ser figuraça, malaco ou bad boy (chame como quiser) foi lapidado pelo atacante que fez fama no Manchester United, encabeça – ao lado de Di Stéfano – boa parte de listas internacionais de grandes jogadores que nunca disputaram uma Copa e morreu vítima de seu próprio jeito de ser. Continuação

Ubiratan Leal

O torneio do cinqüentenário da Copa

Poucos se lembraram (o Balípodo mesmo deixou passar a data), mas esse início de ano marcou os 25 anos da Copa de Ouro de 1980. O torneio foi organizado pela AUF (federação uruguaia) para comemorar o 50° aniversário da Copa do Mundo e reuniu algumas das principais seleções do mundo em Montevidéu. Devido à força das equipes participantes, a competição ficou conhecida como Mundialito e, como o torneio que a inspirou, viu festa uruguaia em um Centenário lotado. Continuação

Ubiratan Leal

O time de Houston na MLS

O San Jose Earthquakes já havia anunciado que, na próxima temporada (começa em abril), se mudaria para Houston. Como os torcedores californianos bateram o pé e não deixaram que levassem o nome "Earthquakes", o time teria de usar outrro nome. Provisoriamente, a diretoria trabalhava com Houston 1836. Nesta semana, foi divulgado o nome definitivo: Houston Dynamo. Convenhamos, não foi uma das escolhas mais criativas...

terça-feira, março 07, 2006

Dicas de 7 de março

Especialmente nesta edição, o Balípodo vai apenas reforçar o convite a visitar alguns sites recém-colocados na página de links. Continuação

Nas Pegadas dos Campeões

Nem bem estreou e o programa “Nas Pegadas dos Campeões” já aparece entre os de maior audiência na ESPN Brasil. Levando-se em conta o perfil da atração – mostrar o dia-a-dia dos principais jogadores brasileiros na Europa –, fica claro o espírito que domina o torcedor brasileiro. E que a exaltação desmedida parece ter se espalhado pela imprensa. Até na geralmente mais comedida emissora esportiva do sistema TVA. Continuação

Ubiratan Leal

segunda-feira, março 06, 2006

Questão de competência

Depois da derrota para o Santos, a torcida do Palmeiras pichou o muro do Parque Antárctica. Uma das inscrições era lapidar: "diretoria incopetente". E fica a dúvida: quem é mais "incopetente", a diretoria ou o pichador?

Discussão de calendário mundial é complexa

Os discursos de Joseph Blatter a respeito do calendário internacional já são manjados há tempos. De qualquer forma, o suíço presidente da Fifa insiste e continua defendendo que os campeonatos nacionais deveriam ter apenas 16 integrantes para reduzir a quantidade de jogos por temporada. Precipitados, alguns já discorrem a respeito da proposta como se fosse algo sério. Porém, o assunto é mais complexo do que parece e envolve muito mais do que apenas a quantidade de partidas disputadas por cada clube. E Blatter sabe disso. Continuação

Ubiratan Leal

Trombetas de 6 de março

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo. Continuação

Ubiratan Leal

Atlético Nacional goleado

Neste domingo, o Atlético Nacional, de Medellín, perdeu por 5 x 1 do Deportes Tolima, líder do Torneo Apertura da Colômbia. O time de Ibagué é líder da competição e os verdes entraram em campo com uma equipe mista. Ainda assim, o resultado foi histórico: desde 1990 - derrota por 6 x 2 para o Atlético Junior - o Atlético Nacional não sofria cinco gols em uma partida do Campeonato Colombiano.

Desfecho decepcionante

Apesar do crescimento do Lyon e da história do Saint Etiénne, o maior clássico da França é Paris Saint-Germain x Olympique Marseille. Além de terem as maiores torcidas do país, o duelo simboliza a rivalidade norte x sul. O clima ficou tão pesado antes do jogo deste domingo que a diretoria do Olympique ameaçou mandar ao Parc des Princes um time reserva caso o PSG não apresentasse garantia de segurança aos jogadores marselheses. O clube da capital não aceitou a pressão e o OM realmente entrou em campo com um time misto entre B e C. A expectativa era que o Paris Saint-Germain tirasse proveito da situação e impusesse uma goleada história. Mas o jogo ficou mesmo no 0 x 0.

sexta-feira, março 03, 2006

Três anos e vinte passos para trás

Quando assumiu o Ministério dos Esportes, Agnelo Queiroz tinha a possibilidade de deixar seu nome marcado como o do responsável por promover mudanças fundamentais para a modernização do esporte brasileiro. Futebol incluído. As bases estruturais já haviam sido feitas e a opinião pública estava otimista e disposta a bancar tal postura do governo. Porém, o ex-deputado do PC do B-DF sai do governo sem dar um passo à frente para a real modernização do futebol brasileiro. Pior, permitiu que a cartolagem voltasse a se mobilizar e a ganhar força política, o que representa um grande retrocesso. Continuação

Ubiratan Leal

Chutômetros

Veja as perguntas do Chutômetro 27 e as respostas do 26.

Ubiratan Leal

quinta-feira, março 02, 2006

E se a Copa dos Campeões não existisse?

Hoje, a Liga dos Campeões é a principal referência do futebol profissionalizado do mundo. Afinal, e o campeonato mais rentável e é crucial para qualquer clube europeu que tenha pretensões de ser grande, mesmo em seu país. O torneio ainda reúna praticamente todos os astros do esporte no mundo e inspirou competições similares em outros continentes. Pois como seria o cenário mundial sem a existência da Copa/Liga dos Campeões? Continuação

Ubiratan Leal

"Com que roupa" especial: Adidas

Depois de mostrar os modelos desenhados pela Nike para a Copa do Mundo, é a vez de o Balípodo apresentar os desenhos da Adidas. A companhia alemã costuma ser mais feliz em seus desenhos, sabendo tirar melhor proveito que a concorrente norte-americana do expediente de padronização dos traços. Bem, a Adidas continuou com essa filosofia e “acertou a mão” na maior parte das camisas para 2006. Continuação

Ubiratan Leal

quarta-feira, março 01, 2006

A cidade com mais clubes no Brasil

Hoje, o Rio de Janeiro completa 441 anos sem ter um futebol à altura de sua história e importância no cenário nacional. Não que o futebol carioca seja secundário. Apesar da crise entre os grandes, a importância e influência deles ainda é marcante. Mas é verdade que ver a torcida do Botafogo celebrar uma atuação de Dodô e o Flamengo usar Luizão para fazer homenagem aos 111 anos de fundação é triste. De qualquer forma, o Rio ainda tem um grande mérito raríssimas vezes lembrado: é a cidade brasileira com o maior número de clubes profissionais. Continuação

Ubiratan Leal

Você sabia? - Futebol capixaba

Quase sempre esquecido por estar cercado por Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, o Espírito Santo acaba enfraquecido no futebol. Os clubes mais populares do Estado são cariocas e há 13 anos o torcedor não vê uma equipe local na Primeira Divisão do Brasileirão. Por isso, aqui vão alguns fatos rápidos do futebol capixaba. Continuação

Ubiratan Leal

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Luciano Spaletti

Totti é craque, Mancini está em grande fase e Doni transmite segurança à defesa (hahaha), mas a Roma recordista de vitórias do Campeonato Italiano é um caso claro de time com “dedo do técnico”. O ainda pouco cotado Luciano Spaletti, responsável por transformar o amontoado de bons ou promissores jogadores romanistas em um time. Continuação

Ubiratan Leal

Mais turbulência à vista

A temporada 2006-07 já começou e será bastante difícil em Chamartín. Esse é o recado deixado pela demissão de Florentino Pérez da presidência do Real Madrid. Um anúncio oficial de que o modelo administrativo adotado nos últimos anos faliu e de que as campanhas no Campeonato Espanhol e na Liga dos Campeões são consideradas inglórias a três meses do final. Continuação

Ubiratan Leal

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Batalha pelo direito à informação começou

A profissionalização absoluta do esporte pode levar a efeitos colaterais. Alguns desses o torcedor nem percebe ou, pelo menos, não considera relevante. Caso de exercer um certo domínio ou controle sobre a atuação da imprensa. O que, em princípio, pode parecer apenas chateação para o jornalista em seu dia-a-dia, mas pode prejudicar a qualidade da informação que chega ao torcedor. Continuação

Ubiratan Leal

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Quando a Alemanha parou nas Eliminatórias

O único país além do Brasil e ter se classificado em todas as Eliminatórias para Copas do Mundo é a Alemanha (ou Alemanha Ocidental). As duas ausências germânicas se deram por motivos políticos (1950) ou econômicos (1930). Até porque nada simboliza tanto a capacidade de conseguir o resultado necessário, sobretudo diante de equipes pequenas, quanto o futebol alemão. Pois, na Eurocopa, a Alemanha Ocidental já esbarrou nas Eliminatórias. Apenas uma vez. E o algoz foi a frágil Albânia. Continuação

Ubiratan Leal

Chutômetro

Chutômetro 25 e soluções do 24 já estão no ar.

Ubiratan Leal

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Alma platense

Há clubes que constroem sua identidade em cima de algum aspecto. Pode ser a garra, pode ser a capacidade de superação, a autoconfiança em todos os momentos, a técnica ou a simbiose com seus torcedores... o que quer que seja. O importante é que esses clubes jamais podem ser subvalorizados no que depender de tal pilar em volta do qual se estruturou. É o caso do Estudiantes de La Plata. Continuação

Ubiratan Leal

Quem é vivo... - Alexander Viveros

Nesta última semana, o lateral-esquerdo colombiano Alexander Viveros, conhecido no Brasil por usa passagem por Cruzeiro e Fluminense, voltou aos noticiários. Não aqui no Brasil, mas em seu país de origem. É que o jogador trocou de time na Europa, seguindo sua andança e dificultando a vida de quem quer descobrir onde ele está jogando. Continuação

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Conceito de "bom jogo" é cultural

Neste mês de fevereiro, foi possível ver, no mesmo dia, dois clássicos de características muito marcantes: Chelsea x Liverpool e São Paulo x Palmeiras. Nessas partidas ficou muito clara a característica estereotipada de jogo de ingleses e brasileiros. Os primeiros com muito sistematização, os últimos com um jogo mais espontâneo. Mas, apesar das aparências, dizer que os 4 x 2 dos são-paulinos foram um jogo “melhor” é uma questão cultural. Continuação

Matthäus pode dar certo, mas é inversão de prioridades

Certamente a contratação mais polêmica e chamativa desse início de temporada no Brasil foi a do técnico Lothar Mattäus, novo comandante do Atlético-PR. O investimento da diretoria rubro-negra foi ousado e despertou várias interpretações, mas ficou claro que, por mais que dê certo, o motivo principal da chegada do alemão a Curitiba foi, no mínimo, distorcido. Uma inversão de prioridades, que deixou o futebol em si em segundo plano para levar o marketing às últimas conseqüências. Continuação

Jornalista pode torcer?

Nos dias que antecederam e sucederam a final da Taça Guanabara, foi comum ver o jornalista José Trajano mostrando seu americanismo – relativo ao América-RJ – na ESPN Brasil. Claro, é sabido que diretor de jornalismo da emissora paulista é um dos poucos torcedores do América carioca, o que nunca foi visto como algo problemático já que o Diabo raramente tem um papel de protagonista no futebol brasileiro. De qualquer forma, isso pode levantar para alguns o eterno debate sobre se o jornalista deve torcer. Continuação

terça-feira, fevereiro 21, 2006

De volta à ladainha...

Um conflito bobo entre dois sistemas de publicação fez o Balípodo voltar alguns dias no tempo. Mas nada foi perdido e em pouco tempo isso se resolve.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Links!!!!!!!!!!!!!!

Links novos no ar! Agora, em site para todo gosto lá. Dêem uma olhada!

PS.: o arquivo vai ficando jóia de novo... Finalmente... Já estão no ar quase todos os textos de julho de 2003 (criação do Balípodo) a dezembro de 2004.

Chutômetro e trombetas

Chutômetro novo no ar, além das tradicionais trombetas do apocalipse de toda segunda.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Atualizações

Nos últimos dois dias, o Balípodo não foi atualizado porque está havendo uma mudança no sistema de publicação. Isso deve ser finalizado ainda hoje e deve resolver alguns problemas operacionais.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Mais novidades!

O Balipodo estreou a nova seção: "Fique de Olho". O primeiro mini-perfil é do paraguaio Julio dos Santos. Com um especial das novas camisas das seleções da Nike, o "Com que roupa..." também está de volta, acabando com a ansiedade dos muitos seguidores da seção. Por fim, vale anunciar que o endereço www.balipodo.com já está redirecionando para a página certa.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Mourinho, trombetas e futebol africano

Mais textos novos no Balípodo. Um lembrete da última vez (antes do Middlesbrough x Chelsea deste sábado) que José Mourinho viu seu time tomar de 3 x 0, as tradicionais trombetas do apocalipse de toda segunda-feira e uma análise da Copa Africana de Nações. Ah, e mais dois textos, ambos de futebol africano, entraram nos arquivos.

Ubiratan Leal

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Pesquisa Balípodo

O Balípodo quer saber o que você acha do site. Se você estiver disposto a dizer, clique aqui.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Novidades no Balípodo e Chutômetro

Como já disse o figura aí abaixo: "mamma, I'm coming hooooooooooooooooooooooome"



Seguinte: apesar de ainda serem necessários ajustes, o Balípodo está de volta ao seu antigo servidor (veja!). Todos os textos publicados aqui no Balipodinho já foram republicados lá (alguns com mais fotos, como a apresentação da Libertadores, já que o sistema do Blogger só publica imagens quando está de bom humor), aos poucos, o arquivo vai voltando ao normal e os novos textos aparecerão por lá. No Balipodinho, apenas um resumo do que pintar. Mais detalhes do futuro do site aqui.

Para reestrear o espaço, veja as Soluções do Chutômetro 23 e as perguntas do Chutômetro 24 (os ajustes finais para a volta são o motivo para a demora na divulgação do novo teste e para, na semana passada, terem entrado apenas textos pequenos). E, amanhã, o Balípodo aproveita a volta ao normal (ou quase isso) para fazer outros tipos de perguntas.

Agora vai!!!!!!!!!!!!! (espero)

Ubiratan Leal

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Copa Libertadores da América 2006

Poucos torneios no mundo carregam tanta identidade com seus participantes quanto a Copa Libertadores da América. A começar pelo nome, que deixou de lado a possibilidade de escolher um nome burocrático como “Torneio dos Campeões Sul-Americanos” e preferiu uma referência história de forte caráter nacionalista (no Brasil, as pessoas não dão muita bola para D. Pedro I, mas, no resto da América Latina, personagens como Simon Bolívar, Bernardo O’Higgins e José de San Martín têm bastante espaço no imaginário popular). Além disso, a Libertadores reflete perfeitamente a informalidade predominante na região, que prefere o “dar um jeito” ao respeito a normas escritas, o que mina as possibilidades de aproveitar seu potencial.

De qualquer forma, é inegável que há uma “mitologia” em volta da competição, que desperta um certo fascínio nos torcedores brasileiros. Não só por significar a conquista de um título continental, mas por mostrar poder de superação diante de obstáculos – alguns fictícios ou exagerados – como arbitragens, torcidas hostis e altitude.

Veja quais as chances de cada clube na Libertadores de 2006.

GRUPO 1
A chave tem seus dois favoritos bastante evidentes, até porque conta com o campeão e um semifinalista da última edição. Assim, o São Paulo é favorito ao torneio. A equipe do Morumbi perdeu jogadores-chave como Cicinho e Grafite, além do técnico Paulo Autuori. A diretoria demorou um pouco para agir, mas foi hábil e contratou bons substitutos (Maurinho, Alex Dias e Muricy Ramalho), mas sempre há o risco de não dar certo. Outro problema é que o time continua sem um armador nato. Esse buraco na criação só não tem maiores conseqüências devido à participação constante dos alas e ao fato de os dois volantes serem técnicos. Ainda assim, já jogos em que a falta de criatividade de Danilo se faz presente. No mais, o time é forte, tem a base vitoriosa de 2005 e relativa falta de pressão pelo título.

As Chivas Guadalajara vêm um pouco atrás. Em teoria, o Rebaño Sagrado pode ser apontado como um dos favoritos à conquista do título. O time é forte, experiente, já conhece os meandros da Libertadores e já demonstrou não temer os grandes clubes da América do Sul. O problema é que, por só aceitar jogadores mexicanos, o clube invariavelmente cede muitos jogadores à seleção azteca. Como a preparação mexicana para a Copa terá início em abril, o clube mais popular do México pode ficar sem sua base nos jogos decisivos. Em campo, há bons jogadores em todos os setores, como o goleiro Sánchez, o zagueiro Salcido, os meias Pineda e Bautista e a dupla de ataque Medina e Bravo. É o grande rival do São Paulo na primeira fase podendo, inclusive, ficar com a primeira colocação na chave.

O único time que passa a sensação de que pode atrapalhar brasileiros e mexicanos é o Cienciano. O clube de Cuzco é um emergente no cenário peruano que parece fazer força para se consolidar como alternativa ao trio Universitário-Alianza Lima-Sporting Cristal. Nesta temporada, uma parceria com a LG (mesma patrocinadora do São Paulo) permitiu o investimento de US$ 1,5 milhão em contratações, um valor alto até para os padrões brasileiros. Assim, os imperiales estão confiantes e com um elenco forte, até porque o antigo time titular está no banco, dando suporte ao elenco para encarar o sacrificante calendário peruano. Se a isso tudo for somada a altitude de 3,4 mil m de Cuzco e a pressão de uma das torcidas mais barulhentas do país, é até possível imaginar que o Cienciano atrapalhe a vida dos favoritos. Mas uma classificação seria um acidente.

Se o Cienciano até pode pensar na classificação, é difícil imaginar como o Caracas possa fazer algo melhor do que terminar a primeira fase com uma campanha apenas honrosa. O time é fraco e não fez investimentos muito pesados para a competição. Os principais destaques são os atacantes colombianos Capintero e Serna, que terão a sombra do recém-contratado camaronês Forbin na disputa por um lugar no time titular. O problema deles é que Rojas e Guerra não são armadores dos mais criativos e a bola não chega com tanta constância ao ataque.

GRUPO 2
Teoricamente, é a chave mais fraca da competição. Por isso, a tradição e um mínimo de qualidade técnica e espírito de competição já coloca o Estudiantes de La Plata como favorito. Para um clube que fez sua história na base do futebol truculento e “de resultado”, é estranho ver como o time atual joga de maneira mais leve e ofensiva. O fato de o time platense estar fazendo campanha consistentes nos últimos três anos é um bom sinal e a classificação para a segunda fase, provável. No entanto, não se pode imaginar o time comandado por Cominges e Pavone lutando pelo quarto título continental.

E briga pela segunda vaga deve ser bastante equilibrada. Pela trajetória recente dos clubes colombianos, o Independiente Santa Fé aparece como forte candidato à classificação. A equipe conta com um conjunto razoavelmente talentoso e a altitude de Bogotá. No entanto, o time da capital colombiana não tem uma arma que possa deixá-lo em vantagem estratégica diante de um adversário, a não ser o experiente atacante Preciado. Isso ficou claro no jogo de volta contra o Defensor Sporting na fase preliminar. Mesmo superior tecnicamente e jogando em casa, o Independiente Santa Fé não conseguiu se impor diante de uma equipe determinada e acabou anulado. Se os uruguaios tivessem um pouco mais de talento em campo, poderiam ter se classificado.

É nessa falta de um diferencial que está a esperança do Sporting Cristal. O time mais forte do Peru na atualidade, conta com o lateral Vílchez e o atacante Jorge Soto, experientes e capazes de dar suporte aos jogadores menos conhecidos, como o meia Marczuck. A força da equipe está na defesa e na estabilidade, o que pode compensar a dificuldade de atuar na altitude de La Paz e Bogotá.

O azarão do grupo é o Bolívar. O time boliviano com mais sucesso no exterior só tem esperanças de classificação porque estão em um grupo fraco. Em crise financeira, a Academia viu um grande êxodo de seus principais jogadores no segundo semestre de 2005 e, por mais que tenha conseguido mantê-los na Justiça, foi o suficiente para desconstruir a base que levou os celestes à final da Copa Sul-Americana de 2004. Os destaque que sobraram são o veterano zagueiro Sandy, os meias Vacadíez e Almaraz, o atacante paraguaio Cuéllar e os 3,6 mil m de altitude de La Paz.

GRUPO 3
Outra chave que, em teoria, não conta com um favorito ao título. O Newell’s Old Boys apareceu bem no segundo semestre de 2004 e conquistou o título argentino, mas não conseguiu manter o mesmo nível no ano passado. Depois de duas campanhas anônimas, o clube de Rosário tentou se reforçar e, com um projeto de longo prazo, conseguiu se recuperar um pouco. Ortega e Belluschi são referências na armação, mas são inconstantes. Scocco é o único atacante por vocação, mas mercê algum crédito mesmo sendo jovem.

Um pouco atrás dos leprosos aparece o Goiás. O Alviverde manteve a base de 2005 e, com Geninho, deve continuar fiel ao 3-5-2 com forte participação dos laterais na armação, com muita movimentação dos atacantes e jogadas em velocidade. A defesa com trêz zagueiros fixos dá relativa segurança ao bom goleiro Harlei. No entanto, as saídas de Rodrigo Tabata e Paulo Baier tornam o time um pouco mais previsível e menos brilhante. A falta de experiência internacional pode-se fazer sentir.

Se isso realmente acontecer, a Unión Española ganha força como candidata à segunda fase. A equipe não é forte e o fato de ter vencido o Campeonato Chileno no primeiro semestre pode iludir. A campanha da equipe foi apenas regular e o time se aproveitou do fato de a final ser em mata-mata para vencer no momento decisivo. De qualquer forma, a Unión está repleta de jogadores experientes que, em boa fase, podem incomodar bastante. Destaque para o goleiro Gaona, o zagueiro Pedro Reyes, os meias Émerson (ex-São Paulo) e Sierra (também ex-São Paulo) e a perigosa dupla de ataque Tapia (ex-Cruzeiro) e Neira.

Nem o fato de o grupo ser apenas mediano dá muitas possibilidades ao The Strongest. A equipe atigrada é fraca e suas poucas chances de classificação estão no eventual aproveitamento da altitude de La Paz diante de três adversários desacostumados com o ar rarefeito dos Andes. Baldivieso, com experiência da Copa de 1994, e Coelho são os melhores jogadores, além do zagueiro Zelaya. Nada que assuste.

GRUPO 4
Ao lado do 7, pode ser considerado o “grupo da morte”. Até porque conta com dois candidatos ao título e dois coadjuvantes que seriam favoritos à classificação se estivessem em outra chave. Em tese, o time mais forte é o Corinthians. No papel, o time tem de ser obrigatoriamente listado entre os favoritos, pois têm talento e dinheiro. Porém, é difícil analisar uma campanha corintiana na Copa Libertadores. O clube tem uma admirável capacidade de se implodir na competição por motivos fúteis como ceder às pressões internas ou brigas políticas (dois problemas que devem ser recorrentes em 2006). Se souber escapar das armadilhas criadas por si próprio e vencer os sempre imprevisíveis clássicos paulistanos, pode conquistar sua primeira competição continental.

Independentemente das questões internas do Corinthians, seu adversário mais forte na primeira fase deve ser o Tigres UANL. Quarta colocada no último campeonato mexicano, a equipe de Monterrey tem jogadores experientes e talentosos em todos os setores, sobretudo os zagueiros Júlio César (brasileiro, ex-Real Madrid e Milan) e Briceño, o meia Peralta e o atacante chileno Sebastián “Chamagol” González. O problema do time é a falta de regularidade.

Os dois outros integrantes do grupo estão no mesmo nível técnico e podem complicar os favoritos e até pensar na classificação. O Deportivo Cali poderia pintar como candidato a surpresa, mas vendeu o atacante Hugo Rodallega, artilheiro do Torneo Finalización da Colômbia para o Monterrey e perdeu seu fator de desequilíbrio. Em uma chave que pode ser considerada a mais forte da competição, a falta de um jogador acima da média pode ser fatal. O ataque ficou a cargo de Blas Pérez e um entre Tapias e Carrillo, ambos integrantes da seleção colombiana em categorias menores. O resto do time prima pela homogeneidade e bom jogo coletivo, com peças-chave na dupla de zaga Caballero-Rivas e no volante Patiño.

Pelo que jogou no segundo semestre de 2005, a Universidad Católica é um time de respeito que pode encarar qualquer equipe do continente. No entanto, as incertezas do mercado de verão tiraram a confiança do grupo, que começou desconcentrado na atual temporada. A principal virtude da equipe é a defesa, com o bom goleiro Buljubasich e uma linha de três defensores diante dele. Para atacar, os cruzados contam com o argentino Conca armando para as conclusões do também argentino Quinteros.

GRUPO 5
A chave merece alguma atenção porque conta com um time que podem surpreender a partir da segunda fase, apesar de não pensar no título, além do time mais forte entre os argentinos. Sem o Boca Juniors na disputa, o Vélez Sársfield é a principal força argentina na Libertadores de 2006. A base foi formada no próprio clube e já mostrou ter talento para recolocar o Fortín entre as principais forças do continente. O grande destaque do time é o atacante Castromán, mas Sessa, Cubero, Pellegrino e Gracián também merecem cuidados para os adversários. O problema é que o clube cai muito de rendimento quando algum desses jogadores não atua, pois não há reservas à altura.

Como segunda força aparece a Liga Deportiva Universitária de Quito. Com a base da seleção equatoriana que vai à Copa, a equipe merece respeito. Tem conjunto e bastante experiência, além de algum talento em nomes como Reasco, Palacios e Delgado. Com a altitude de Quito a seu favor e o costume de jogar em competições sul-americanas, os blancos são favoritos à classificação.

Um pouco atrás, e alimentado pela rivalidade Peru x Equador, o Universitário chega à competição otimista e pensando em chegar à fase de mata-mata. A diretoria investiu bastante para isso, contratando o zagueiro Centurión e o atacante argentino Maceratesi. Como tem muitas novidades, os cremas podem demorar para encontrar seu futebol e perder a oportunidade de passar de fase. Mas é um time que merece alguma atenção pelo potencial que possui.

A quarta força do grupo é o Rocha. Acabada a euforia do inédito título de um clube do interior do Uruguai, o clube celeste deve se auto-analisar e perceber que não tem condições de ir muito além disso. A equipe é regular e dificilmente terá forças para encarar as forças do continente. Os principais jogadores são Magureguy e Cardozo e o objetivo principal é fazer uma campanha digna. Nada mais que isso.

GRUPO 6
Se mantiver o mesmo futebol competitivo do Campeonato Brasileiro, o Internacional é candidato a semifinalista, com possibilidades até de título. E não há muitos motivos para acreditar que o colorado caia de rendimento em relação ao ano passado. O clube teve dificuldades e quase passou por crises internas, mas manteve seus principais jogadores. Apesar das reclamações dos torcedores do time da falta de um matador, o ataque é perigosíssimo, com Fernandão e Rafael Sóbis, com Rentería de opção no banco. O meio campo é sólido, liderado por Tinga e com a habilidade de Márcio Mossoró e Iarley. O problema está na defesa. Clemer não é confiável e o miolo de zaga também não é dos melhores. Uma possível mudança do 3-5-2 de Muricy para o 4-4-2 de Abel Braga pode trazer problemas de adaptação, sobretudo na função dos laterais.

Um degrau abaixo está os Pumas Unam. É o representante mais fraco entre os mexicanos, mas deve ser visto com muito cuidado. Os universitários foram vice-campeões da Sul-Americana e, mesmo perdendo seis jogadores no mercado de inverno (o México fica no hemisfério norte, né?), o excelente goleiro Bernal e o oportunista atacante Marioni continuam no clube felino, que está com novo ânimo desde a chegada do técnico Miguel España. O brasileiro Pinheiro chegou para dar velocidade ao meio-campo a uma equipe que deve primar pela voluntariedade.

Com chances pequenas, está o Unión Atlético Maracaibo, certamente a única equipe venezuelana capaz de criar alguma dificuldade aos principais clubes do continente. O clube já contava com o bom goleiro Angelucci e o artilheiro Maldonado, mas soube investir em reforços que, no mínimo, aumentarão bastante as opções para o técnico Carlos Maldonado. É difícil imaginar o time azulgrená superando Internacional e Pumas Unam, mas não é descartada a hipótese de tirar pontos desses times quando atuar em casa.

Apesar da tradição, o Nacional de Montevidéu deve disputar apenas a terceira posição com os venezuelanos. Em grave crise financeira, o Tricolor se desfez dos poucos jogadores realmente talentosos e ficou dependente do armador Albín, único capaz de criar alguma coisa na equipe.

GRUPO 7
Certamente uma das chaves mais fortes da competição, em que qualquer equipe pode se classificar sem que isso seja uma surpresa. Para a primeira fase, pode-se considerar o Palmeiras favorito. O Alviverde deve ser motivado pela presença de Corinthians e São Paulo no torneio, mas não há tanto motivo para otimismo. O time conta com bons jogadores em quase todas as posições e peças de reposição. No entanto, à exceção do goleiro Marcos, não se vê no elenco palmeirense um jogador brilhante, capaz de carregar a equipe em uma competição tão dura. Até porque as principais estrelas estão envelhecidas e já não vivem seu melhor momento, o que pode ser decisivo nos momentos mais agudos da competição.

A segunda força do grupo também é alviverde. Com o atacante Aristizábal e o lateral-esquerdo Bedoya, é fácil perceber como o Atlético Nacional (conhecido no Brasil como Nacional de Medellín) é uma das equipes mais fortes da Colômbia. Tanto é verdade que nem a má campanha no Torneo Finalización de 2005 tirou do clube a condição de principal força do país na Libertadores. Se passar da primeira fase (o grupo é dificílimo) e dependendo da montagem do mata-mata, não seria de estranhar caso chegasse às quartas-de-final. Mas é difícil imaginar que se trate de um novo Once Caldas.

A experiência em Libertadores e o espírito competitivo faz do Cerro Porteño um time de respeito sempre. O Ciclón conta com bons jogadores como o goleiro Barreto, o volante Fretes e o meia Salcedo. Com essa base, a equipe ganhou os dois torneios do Campeonato Paraguaio de 2005 e se colocou como possível surpresa para a Libertadores. No entanto, o clube sofrerá com o assédio da Europa sobre seus jogadores, o que pode desestabilizar a equipe. De qualquer forma, tem condições de passar de fase, mesmo em uma chave cheia de equipes tradicionais.

Um pouco atrás está o Rosario Central. O time não é ruim, mas, salvo o volante Coudet (ex-lateral do River Plate) e o meia Ledesma, carece de experiência. A esperança é que os jogadores mais jovens entrem no ritmo do torneio e transformem o Rosario Central em uma equipe realmente competitiva. Isso sem contar a pressão da fanática torcida centralina no estádio Gigante de Arroyito.

GRUPO 8
A tradição mostra que todo ano terminado em 6 tem o River Plate na final da Libertadores. Uma mística curiosa, mas que pode cair em 2006. O técnico Mostaza Merlo soube remontar uma equipe destruída após o primeiro semestre do ano passado e encontrou jogadores de talento nas categorias de base do clube. Com isso, a diretoria teve de investir em reforços pontuais (como Lucho Figueroa e, talvez, D’Alessandro) e tornar o elenco consistente. Porém, é inegável que a equipe de Daniel Passarella está um nível abaixo de adversários como São Paulo, Chivas, Corinthians, Tigres e Vélez. Em relação à primeira fase, é difícil imaginar como os millonarios não passariam em um grupo apenas mediano.

A briga pela segunda vaga deve ter como principal protagonista o El Nacional, típico time que varia muito o nível de desempenho quando atua na altitude e fora dela. Nos Andes, os militares têm um futebol autoconfiante, que busca desorientar o adversário com jogadas pelas pontas e muita velocidade. Fora de casa, os puros criollos são frágeis e aceitam a superioridade do adversário. Outro problema do clube é a renovação de contrato do zagueiro Guagua, peça fundamental no sistema defensivo do time.

Se o campeão equatoriano não confirmar as expectativas, pode abrir espaço para o Libertad. Apesar de se manter como clube com melhor infra-estrutura do Paraguai, o Alvinegro já não vive o período de bonança das últimas temporadas. Assim, investimentos extravagantes como o lateral-direito Arce estão descartados e a expectativa para a Libertadores naturalmente é reduzida. Com um elenco esforçado e de experiência, é possível lutar pela classificação. Mas não há condições para a equipe evoluir muito além das oitavas-de-final.

Como surpresa está o Paulista, talvez a maior incógnita da competição. São raras as oportunidades de medir o time de Jundiaí contra adversários de primeiro nível, o que dificulta estabelecer um parâmetro para o Galo da Japi. A inexperiência da equipe em competições internacionais deve pesar contra, até porque a diretoria não investiu além do normal por causa da Libertadores. Porém, já provou na Copa do Brasil que sabe utilizar o mando de campo para fazer os resultados necessários em um torneio curto.

Ubiratan Leal

Clássico santista

Desde que foi campeão nacional em 2002 e acabou com sua estiagem de títulos, o Santos voltou a ser uma das forças do futebol brasileiro. No entanto, não consegue se impor em sua própria cidade. De 2003 para cá, o Peixe jogou três vezes com a Portuguesa Santista. Perdeu em 2003 e 2006 (0 x 2 e 1 x 2) e empatou em 2005 (1 x 1). E só o 2 x 0 para a Briosa em 2003 foi realizado no Ulrico Mursa.

Liverpool x Chelsea

O Chelsea de José Mourinho já enfrentou nove vezes o Liverpool de Rafa Benítez em apenas duas temporadas. E os reds mostram como são especialistas em competições internacionais. Contanto torneios domésticos (Campeonato Inglês e Copa da Liga Inglesa), o Chelsea venceu todas as cinco partidas disputadas, com 11 gols marcados e três sofridos. Pela Liga dos Campeões, foram três empates e uma vitória do Liverpool, com um gol para os reds e nenhum para os blues.

Trombetas de 6 de fevereiro

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo.

* O Palmeiras perdeu do São Paulo e Leão não culpou a arbitragem.

* Luizão continua jurando que era torcedor do Flamengo desde criança. E ainda colocou seu pai na jogada.

* A Cabofriense, pelo segundo ano seguido, desclassificou o Fluminense da Taça Guanabara no Maracanã.

* Uma das semifinais da Taça Guanabara foi marcada para segunda, sendo que o sábado ficou sem jogo algum. E ainda falam que o Campeonato Estadual do Rio é melhor para o público.

* Os líderes do Campeonato Paranaense após oito rodadas são Rio Branco e Adap.

* Após oito rodadas, o Bahia estaria fora das quartas-de-final do Campeonato Baiano.

* O Marcinho chegou a dizer que esse time do Palmeiras era imbatível.

...o pior é que há os que já acham isso tudo normal.

Ubiratan Leal

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Quem é vivo... - ...aparece no Paraná

Um alemão menos atento ao dia-a-dia do noticiário pode perguntar para um amigo: “onde está o Matthäus? Ele sumiu” E o amigo dirá que o ex-capitão da seleção germânica está no Atlético-PR, um clube emergente no cenário futebolístico brasileiro. Pois o futebol do Paraná não é o reino do “quem é vivo” apenas para os alemães. Vejam quem também anda pelo Estado das Araucárias.

Freddy Rincón
Volante forte fisicamente, mas com boa técnica, era líder das equipes por que passava. Teve boa passagem pelo Palmeiras, não tão boas por Napoli e Real Madrid e atingiu seu auge pelo Corinthians, clube pelo qual conquistou um título mundial como capitão. Largou o Alvinegro para ir ao Santos que lhe ofereceu uma fortuna. Não recebeu salário e deixou a Vila Belmiro. Depois de ficar um ano parado à procura de um clube, voltou ao Corinthians, em 2004. Brigou com Tite na equipe que quase foi rebaixada no Paulistão e abandonou a carreira. Voltou ao futebol como dono de um café que patrocinou a Portuguesa em 2005. Agora, o retorno é direto: como técnico do Iraty. E, no Atlético-PR x Iraty, teremos a possibilidade de rever o duelo Matthäus x Rincón da Copa de 1990.

Célio Silva
Zagueirão de Internacional e Corinthians, Célio Silva se notabilizou pela força física e voluntariedade, além de ficar conhecido como o dono do chute mais forte do Brasil. No entanto, se sobrava força, muitas vezes faltava direção às suas cobranças de falta. Para um jogador que quase foi contratado pelo Manchester United em 1997 e passou pela seleção brasileira, o sumiço realmente era estranho. Pois, agora, Célio Silva reaparece. Como técnico debutante no Paranavaí.

Vítor
Quando Cicinho se apresentou ao Real Madrid, Tomás Roncero, colunista do diário esportivo madrileno As e entusiasta de jogadores brasileiros, quis deixar claro que o reserva de Cafu na seleção não era um novo Vítor. O curioso é alguém na Espanha se lembrar até hoje que o lateral-direito que surgiu no São Paulo e chegou a obrigar Telê a improvisar Cafu no ataque para ser aproveitado passou pelo Santiago Bernabéu. Depois que voltou de Madri, Vítor nunca mais apresentou o mesmo futebol, mas conseguiu lugares em grandes equipes por um bom tempo. Assim, se tornou um dos maiores vencedores da história da Libertadores, com quatro títulos (1992 e 93 pelo São Paulo, 1996 pelo Cruzeiro e 1997 pelo Vasco). Ainda passou por Botafogo-RJ, Osasco e Juventus-SP. Hoje, aos 33 anos, é comandado de Célio Silva no Atlético Paranavaí.

Carlos Alberto Dias
Jogador mais conhecido do atual elenco do Nacional de Rolândia. Carlos Alberto Dias ficou conhecido como um dos principais meias do futebol carioca no início da década passada. Chegou a defender a seleção brasileira, mas até hoje é marcado pelo tempo em que passou no Botafogo e no Vasco. Com 39 anos, já passou por Matsubara, Bellmare Hiratsuka-JAP, Coritiba, Botafogo, Vasco, Grêmio, Shimizu S-Pulse-JAP, Paraná, Verdy Kawasaki-JAP, América-SP, Ceará e Sertãozinho.

Sinval
O Balípodo não listará os clubes pelos quais passou Sinval porque provavelmente faltaria espaço no servidor para tanto. Mas o Sinval do Cianorte é o mesmo atacante que começou na Portuguesa junto com Dener e foi campeão da Copa São Paulo de Juniores. Provavelmente ele passou pelo seu time, leitor.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Figuras - Hugo Gatti

O estereótipo do goleiro sul-americano, aos olhos do torcedor brasileiro, sempre foi o de um sujeito, no mínimo, excêntrico: cabelos compridos desgrenhados, uniforme chamativo, constantes saídas da grande área, defesas incríveis alternadas com frangos humilhantes, declarações estapafúrdias à imprensa... Pode-se citar inúmeros nomes que sigam essa tendência, como os colombianos Higuita e Henao e o uruguaio Ortiz (de passagem pelo Atlético-MG). Mas há de se creditar na conta de Hugo Orlando Gatti grande parte dessa imagem, ora negativa, ora positiva, dependendo das conveniências.

Nascido em 19 de agosto de 1944, na cidadezinha de Carlos Tejedor (província de Buenos Aires), Gatti estreou na Primera argentina defendendo as cores do clube que o revelou: teve uma atuação razoável na vitória por 2 x 0 do Gimnasia y Esgrima de La Plata sobre o Atlanta. Fez uma carreira notável na equipe tripera platense e chegou a jogar no Racing e no River Plate - mas sua fama foi consolidada no arco do Boca Juniors, clube que passou a defender a partir de 1976.

Pelo time de La Bombonera, Gatti conheceu tanto o sucesso quanto o fracasso. Foi o herói da primeira Libertadores conquistada pelos xeneizes, em 1977, defendendo o pênalti do cruzeirense Vanderlei na decisão por pênaltis pelo terceiro jogo da final, em Montevidéu. Também era ele quem ocupava o arco auriazul quando o Boca sofreu a pior derrota de sua história como mandante: 0 x 6 para o inexpressivo San Martín de Tucumán, em 1988. Ao todo, foram 381 partidas pela equipe mais popular da Argentina (é o segundo jogador com mais atuações pelo Boca, atrás apenas do zagueiro e xerife Roberto Mouzo, com 398 jogos).

Personagem de inúmeras histórias, certa vez admitiu que, num amistoso da seleção argentina contra a União Soviética, em Moscou levou para trás do arco uma pequena garrafa de vodca! Em outra ocasião, atuando pelo Boca Juniors, driblou três atacantes do Estudiantes e deu um passe longo para o atacante Perotti marcar o gol da vitória boquense sobre os pinchas, pelo Metropolitano de 1981 (com Maradona no time). Pelo Metropolitano 1964, ainda defendendo o Gimnasia platense, enfrentava o Boca quando foi marcada uma falta para o time de La Bombonera. Paulo Valentim - ex-Botafogo e maior artilheiro xeneize nos superclásicos contra o River, com 10 gols - cobrou com a força habitual. Gatti, surpreendentemente, abriu as pernas e deixou a bola passar. Respondeu às óbvias reclamações dos companheiros com um argumento insólito: quem se enganou havia sido o juiz, por cobrar tiro livre direto e não indireto!

Encerrou a carreira no Boca Juniors, após uma derrota por 0x1 para o Deportivo Armenio (equipe mantida pela comunidade originária do país caucasiano). Hoje, além de escrever com freqüência para os jornais espanhóis As e Marca e para o Olé argentino, comenta jogos pela ESPN internacional, sempre mantendo vivo seu espírito polêmico e suas pouquíssimas papas na língua, como nos tempos de jogador (certa vez declarou: "Sou o melhor", quando perguntado sobre qual o melhor goleiro argentino de todos os tempos; mas, às vésperas da Copa do Mundo de 1978, insistiu em que não deveria ser convocado pelo técnico César Menotti, pois não se sentia em boas condições físicas, deixando a vaga para Ubaldo Fillol).

Diogo Terra

Imagem: Informe Xeneize

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Trombetas de 30 de janeiro

O Apocalipse se aproxima. Não adianta fazer nada, pois o processo é irreversível. Para alertar seus leitores, o Balípodo mostra as evidências de que as trombetas já anunciam o fim do mundo.

* O América luta pela classificação às semifinais da Taça Guanabara.

* Após seis rodadas, o Criciúma luta contra o rebaixamento em Santa Catarina.

* O Atlético-GO lidera o Campeonato Goiano.

* O Paraná é o grande com melhor campanha no Campeonato Paranaense.

* Na mesma semana, o Arsenal foi desclassificado na Copa da Liga e na Copa da Inglaterra por Wigan e Bolton.

* O São Paulo perdeu Amoroso e Grafite e, no lugar, trouxe Leandro, ex-Flu e Corinthians.

* O Palmeiras precisou da ajuda da arbitragem para ganhar do Deportivo Táchira no Parque Antarctica (se bem que, se o juiz não desse os gols irregulares, provavelmente o time marcaria outros. Mas isso é o de menos, hehe)

* Bahia e Vitória estão na Série C.

* O Atlético-MG, que está na Série B, tomou de 3 x 0 do Democrata-SL

...o pior é que há os que já acham isso tudo normal.

Ubiratan Leal

sábado, janeiro 28, 2006

Chutômetro 23

1) Qual o último campeão do Campeonato do Nordeste?

2) De que time é o estádio Altos da Glória?

3) Que jogadores já conquistaram a Copa Libertadores e a Copa/Liga dos Campeões da Europa?

4) A quem pertence a marca “New York Cosmos”?

5) Que inscrições futebolísticas apareceram nos carros de Jordan (GP da França) e Minardi (GP da Inglaterra) no Mundial de Fórmula 1 de 1994?

6) De que clube é esse distintivo?



Dica: é latino-americano e tem nome de um animal que é mais conhecido por ser personagem de desenho animado (não é em português)

7) Que estádio é esse?



Dica: já sediou Copa do Mundo e é quase homônimo a um estádio importante da Inglaterra

8) Quem é o sujeito da foto?



Dica: jogou a Copa de 1966 e, décadas depois, seu filho (que é a cara dele) foi campeão do mundo.

9) Que time é esse? Não precisa indicar o nome dos jogadores, apenas apontar a equipe e sua importância.



Dica: ganhou um título surpreendente e na casa do adversário

10) Que jogo foi esse?



Dica: fácil, né? É só procurar que acha a resposta

Deixe suas respostas no espaço de comentários ou mande para ubiraleal[arroba]gmail.com. NÃO coloquem respostas no espaço de comentários, pois elas serão apagadas imediatamente. A idéia não é distribuir prêmios, apenas brincar. As respostas corretas serão publicadas na próxima semana, ao lado do nome dos acertadores.

Ubiratan Leal

Obs.: Veja as respostas do Chutômetro 22 aqui.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Futebol carioca não precisa se bastar em símbolos

Em época de Estaduais, um discurso muito comum é que, apesar do dinheiro, da força do interior e da situação de seus clubes, o Campeonato Paulista não consegue ter o mesmo charme de seu equivalente do Rio de Janeiro. É verdade, sobretudo por uma característica cultural da antiga capital federal: o cultivo de símbolos e ícones.

Cidade com uma história muito mais longa que São Paulo – apesar de a capital paulista ser 11 anos mais velha, foi por muito tempo apenas uma vila a mais no Brasil – e ex-sede do governo federal, o Rio até hoje carrega resquícios do período romântico em que tudo parecia girar em torno da cidade. Tanto que a identidade brasileira até hoje é construída na capital fluminense. E os cariocas se identificam dessa maneira, ao contrário, por exemplo, dos paulistanos, que esquecem seus símbolos em nome do que eles entendem por progresso.

Essa alimentação de ícones, de momentos de um período muito mais romântico do futebol, do Rio de Janeiro e do Brasil como um todo faz parte do “charme” do Campeonato Estadual do Rio. Até porque é difícil concorrer contra um torneio que, em sua trajetória, tem o Maracanã, um clássico foneticamente tão envolvente quanto o Fla-Flu e uma história escrita por cronistas como Nélson Rodrigues, sempre ao som de uma época em que a música produzida nesse país era muito melhor que hoje.

Ao ver a situação atual do futebol carioca e essa análise, pode parecer que se agarrar a tais símbolos é negativo. Pelo contrário. É parte da cultura do torcedor do Rio de Janeiro e, sem isso, ele perde sua referência. Não é à toa que a decadência do futebol da antiga capital federal começou com a interdição do Maracanã após o Botafogo x Flamengo pela final do Brasileirão de 1992.

O problema é que, sem que muitos percebam, os símbolos perderam seu significado e se tornaram apenas caricaturas. Em teoria, símbolo é um elemento que representa algo real. No entanto, basta olhar a escalação dos clubes cariocas para perceberem que os ícones da grandiosidade do futebol do Rio não representam uma realidade atual, mas um momento do passado.

Assim, os 5 x 3 do Botafogo sobre o Vasco podem ter sido emocionantes, mas soam como conseqüência de um jogo aberto entre duas equipes tecnicamente fracas. A reabertura do Maracanã deve ser festejada, mas o fato de as obras terem atrasado e estarem pela metade mostram que a volta efetiva do estádio ainda está por vir.

Mas nada tão claro quanto o caso de Romário em busca dos mil gols. Por mais que seja um desejo legítimo do jogador, soa como caricatura de sua própria carreira. Até porque um clube com tantas dívidas como o Vasco não deveria gastar dinheiro oficializando jogos-treino. Ou será que a representação real dessa busca do milésimo gol do baixinho são os favores que a direção do Vasco devem ao jogador, grande credor cruzmaltino?

O futebol do Rio de Janeiro não pode jamais deixar de lado o folclore que o cerca, pois é um aspecto cultural de seu torcedor. No entanto, só se recuperará quando conseguir dar algum sentido, uma representação real, a tantos símbolos que criou durante a história. E não achar que ter tantos ícones é glória suficiente.

Ubiratan Leal

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Calciatori Panini 2005-06

Está nas bancas italianas desde 27 de dezembro último a nova edição do “Calciatori Panini”. Para os brasileiros, o lançamento de um álbum de figurinhas está longe de ser algo digno de mobilização no meio do futebol. Afinal, esse tipo de coleção é visto como “coisa de criança”. E, mesmo para as crianças, não soa tão divertido quanto brinquedos mais modernos.

Porém, o lançamento do álbum do Campeonato Italiano é um acontecimento importante no calendário do calcio. Colecionar figurinhas é uma tradição, inclusive para adultos, desde que primeira edição foi publicada, em 1960. Tanto que a publicação chega a ser considerada referência a respeito da formação das equipes italianas nas últimas quatro décadas e meia. A ponto de a associação de médicos ter requisitado a inclusão dos médicos dos clubes na edição de 2005.

O que fica de interessante de analisar, independentemente da curiosidade de ver a importância de álbuns de figurinhas no futebol italiano, é perceber como se cultivar algo que faz parte da cultura do torcedor. Todo ano, a Panini anuncia novidades no álbum. Já houve edições em que havia figurinhas com os jogadores em ação, outras que propunham distintivos e nomenclaturas americanizadas para os clubes e até a incorporação de times de divisões inferiores. Não é só estratégia de marketing, é um meio de criar uma aura especial e dar sempre novo fôlego a um produto ligado ao esporte.

Algumas dessas novidades são incorporadas nas edições seguintes, como apresentar clubes das Séries A, B, C1 e C2, além da liga de futebol feminino. Para a versão 2006, a editora criou figurinhas especiais, com jogadores candidatos a defender a Itália na Copa do Mundo e com os times festejando algum gol (foto).

Porém, até como mostra do investimento que um álbum de figurinhas recebe na Itália, a principal atração é a possibilidade de um colecionador fazer uma figurinha de si próprio, vestindo a camisa do clube que desejar. O torcedor faz a montagem e envia para a editora, que imprime dez cópias e envia pelo correio.

Claro que tudo isso é fora da realidade brasileira. Álbuns de figurinhas já não têm o espaço no futebol brasileiro, ainda meias porque os clubes renovam seu elenco mensalmente e qualquer tentativa nesse sentido fica defasada rapidamente.

De qualquer forma, o mercado brasileiro demonstra uma enorme incapacidade de alimentar seus próprios elementos culturais. Se os italianos conseguiram com álbum de figurinhas, os ingleses com memorabilia como programas de jogos (semelhantes a programas de peças de teatro) e os norte-americanos com os baseball cards, não teria porque os brasileiros não fazerem o mesmo com suas tradições específicas. Depois há os que não entendem porque a Globo empurra o jogo das quartas-feiras para as 22h de forma que possa transmitir, antes, um resumo do dia no Big Brother.

Ubiratan Leal

Imagens: Calciatori Panini

terça-feira, janeiro 24, 2006

E se a primeira bola de futebol tivesse furado?

O marco zero do nosso futebol está atrelado a seu objeto fundamental, a bola. Diferente do passado, hoje qualquer fábrica produz um balão de látex com gomos de napa ao redor, digna de uns 3 ou 4 rachões. Mas o material do passado tinha outra qualidade, sem qualquer inovação como Dry Fit ou efeito da Teamgeist. Para o pontapé inicial do esporte, com o perdão do trocadilho, bastava uma boa redondinha de couro que rolasse pelo gramado.

Charles Miller, arauto do esporte nas nossas terras, fez pompa para a primeira partida. Em um campo na Várzea do Carmo, centro da capital paulista, a Companhia de Gás esperava para derrotar a São Paulo Railway. Como qualquer evento novo em uma cidade que despontava mais e mais para o progresso industrial, eventos esportivos e de esforço físico atraíam uma certa atenção. Empilhados em caixas e escorados em muros, trabalhadores comuns e escravos libertos há poucos anos tentavam entender as regras do jogo.

Liderado por Charles Miller, a São Paulo Railway dominava a peleja. Após um chute forte, a pelota chocou-se direto com uma madeira do muro que delimitava o campo, provocando leves escoriações no esférico. Ainda assim, o prélio teve continuidade.

O time da Cia. de Gás parecia atropelado por uma locomotiva inglesa das mais ferozes, pois perdia por 4 x 2. Nervoso, um forward do team da empresa energética pensou: “faço tudo, mas não vamos perder a primeira!”. Seu ímpeto foi tanto que os sapatos, na verdade botas usadas nas inspeções das instalações, acabavam por ferir o revestimento da bola a cada passe ou chute mais forte.

Mas um lance mudou toda a história do jogo. O terreno não era muito plano e uma indústria que trabalhava com látex vindo do Amazonas despejava destroços do maquinário no local. Uma engrenagem parecida com uma roseta não ficou totalmente coberta e terminou a tarde como assassina de um esporte. O forward tentou a primeira jogada de linha de fundo do football brasileiro pelo lado esquerdo, mas não teve sucesso. A bola estourou ao ficar cravada em uma das pontas do metal, furando seu já calejado revestimento. No lance, o brasileiro ainda tropeçou, caindo direto com o nariz no chão. Ao ver aquela cena, um insucesso em forma de match, os players abandonaram o local rápido rumo ao hospital, abandonando o objeto outrora incensado por todos.

Bento, um operário da “Bhorracharia Amazonaz”, ficou intrigado com aquele abandono. Desceu do caixote e tentou alguns chutes, sem sucesso. Mal pensou em jogar fora e percebeu uma lata de lixo. Chamou a atenção dos amigos e disse que acertaria a bola no cesto, cerca de 4 m longe da sua posição. O trio sentado no muro duvidou e disse que pagaria um doce café se ele encaixasse a murchinha com o seu arremesso.

Em uma flexão de braços, com a força adquirida nos anos difíceis do refino de cana, Bento acertou na borda da lata, deixando o pedaço de couro morto no lixo. Eis que Joseph, o patrão da fábrica que observava todo o jogo do seu escritório, pensou em testar uma nova linha de produtos, bolas de borracha. Com uma visão de negócios rara para a época, passou a testar os projetos com os seus funcionários. Um detalhe chamou a atenção dos funcionários: quem mais acertasse a lata em 20 minutos levaria um exemplar do produto para a casa.

Alguns pares de meses passaram e não haviam regras definidas, mas nos cortiços da capital era comum encontrar meninos derrubando lixos ao passo que criavam um novo esporte, o “bola ao latão”, ou simplesmente “latão”. Mas, em um desses pequenos fatos que alteram o curso da história, algumas senhoras ergueram os cestos. A dificuldade logo virou norma e os postes passaram a balizar o campo, que antes era delimitado pelos recipientes no solo.

Oriundo das ruas, em 20 anos, o bola ao latão já era praticado no Rio de Janeiro e Minas Geraes, crescendo para o Nordeste e o Sul. Como o esporte enfatizava a força física e uma boa mira, acabou sufocando outras modalidades novas. O football de fato só apareceu no Brasil em 1917, em um match feito por Marcelo Nunes, um jovem luso, e Johann Sepp, alemão que tinha rotas comerciais com aquele porto do sul. O país só participou da Copa de 1930 porque era vizinho do Uruguai, mas isso não evitou um 8° lugar.

De volta ao latão, o esporte foi motivo de um incidente diplomático. Nascido em 1890, o basketball dos norte-americanos encontrou seu rival na América do Sul. Em tempos de guerra contra os nazistas, a Disney integrou as Américas com o desenho “Alô, Amigos”. Nele, Carmem Miranda era a torcedora de um jogo entre o Pato Donald e Zé Carioca. No roteiro original, o jogo seria nas regras do basketball, com vitória para os gringos. Reza a lenda que, ao ver a obra pronta, membros do governo Vargas reclamaram e quase que o desenho não foi aos cinemas. No final da história, Panchito, o mexicano, define regras comuns e o jogo termina com vitória norte-americana, mas Zé Carioca ganha um beijo da atriz luso-brasileira que compensa a derrota.

Nas décadas seguintes, a rivalidade só aumentou. Se argentinos, italianos e alemães brigavam no futebol – um esporte que o Brasil apenas beliscou um quarto lugar na Copa da Alemanha, em 1974 –, nossos rivais eram outros. O mundo viu nascer um Triângulo das Bermudas esportivo na década de 1980, com disputas afiadas em Mundiais de basquete e Olimpíadas entre Brasil, Estados Unidos e União Soviética.

O Brasil adaptara as regras do latão ao basquete, mas manteve o nome do jogo original e desenvolveu um estilo de jogo descontraído e de habilidade, criado nos becos das grandes cidades brasileiras. O que os brasileiros chamavam de latão-arte era conhecido nos Estados Unidos como “streetball”. Apesar do talento, os canarinhos não conheciam o sabor do ouro olímpico, o principal título.

Nomes como Bernardo, o Doutor Édson (famoso por dizer que entendia mesmo do esporte) e Sabiá foram decisivos em torneios, com o auge nas Olimpíadas de 1988. Depois de dois Jogos com boicotes, em 1980 e 84, Seul foi palco de uma competição acirrada. Carlos André e Carlos Caetano, alas gaúchos, lideraram o Brasil naquele ano.O país trocou o fuso para ver a dupla encestar adversários. A final contra os soviéticos provocou duas mortes por enfarte, pois um torcedor de Diadema e outro de Maceió não suportaram a tensão do jogo. Sabonis, cestinha lituano, parecia conhecer Pietro, pivô de 1,99 m, desde o útero. Mas a garra brasileira virou o placar para 101 a 100 no limite, 1 segundo antes do apito final.

Em 1992, seria o grande encontro Norte x Sul das Américas. Os Jogos Olímpicos de Barcelona deixariam de lado o atletismo e a natação para acompanhar o grande duelo do latão. Com a permissão de atletas profissionais, os craques da NBA poderiam enfrentar os melhores da LBL (liga brasileira de latão). Assim, em um único ginásio, estariam Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Charles Barkley, Oscar Mão-Santa, Raí Vieira, Rafinha e Bauruzinho.

Para apimentar o jogo, a rede de televisão ESPN exibiu uma matéria sobre a origem do Harlem Globetrotters, indicando que muito do estilo moleque do Brasil seria derivado dos ianques. No dia da final, o técnico Ary Zagal mudou a sua tradicional preleção de outros jogos. Depois de lembrar que “medalha de ouro” tem 13 letras e brigar até conseguir um vídeo NTSC em plena terra do Pal, o treinador não disse nada, só exibiu a matéria e, no final, mostrou fotos de Santos Dumont, Secos e Molhados e Os Mutantes, brasileiros que foram pioneiros mas a história riscou seu livro com cores norte-americanas.

A audiência da TV foi incrível naquele sábado pela manhã. Supermercados fecharam, enfim, os hábitos de sábado mudaram naquele dia. Para completar a festa, a Rede Globo colocou uma câmera ao vivo na casa de Bauruzinho. A sua mãe, dona de um trailer em Nova Iguaçu, disse que quebraria um prato a cada cesta do seu garoto.

O jogo começou nervoso, nervoso. O Brasil entrou em campo com muita vontade e gana, o que acabou deixando o time afoito. Tal qual o jovem tenista Pete Sampras, os gringos eram icemen na quadra. O placar dilatado do começo, 10 x 2, foi contido com uma seqüência de tocos de Rafinha. Em uma vibração contagiante no terceiro toco, acordou o time. A torcida entendeu o recado e começou a bater em ritmo de samba, como se uma ala inteira de ritmistas fizesse um carnaval na Catalunya.

E Bauruzinho começou o prejuízo mais famoso do famoso X-Guaçu. Apenas no primeiro tempo, marcou 23 pontos. Charles Barkley foi advertido com seriedade aos 17 minutos, pois abandonou a bola para empurrar o brasileiro para o chão. A torcida rugia como um Godzilla e conseguia provocar mais e mais. Apesar da forte pegada dos latinos, o talento – e sorte – de Larry Bird construiu um placar de 45 x 43 para a águia no intervalo.

Mas um detalhe marcou aquela “intermission”. O pivô Rafinha não deixava a quadra, apenas pulava e pulava como se fosse um atleta do salto em distância. A equipe médica e até alguns repórteres tiveram de tirar o atleta do peculiar treino antes que ele acabasse machucado.

Na volta da partida, Michael Jordan soube do fato. E o americano, em uma risada no melhor estilo Pernalonga, apenas deu um passo grande na frente das câmeras. “They had Johnny Jump, right? Payback time, heh”.

Até o jovem Marcelo Negrão, que despontava no futebol, estava na torcida, que não parou de gritar desde que o juiz reiniciou o jogo. A partida contava com uma troca liderança no placar inusitada, pois Rafinha e Jordan duelavam para ver quem pulava mais longe e acertava a cesta. A “competição” era motivo de brilho nos olhos daquelas testemunhas até que Jordan tentou pular da linha do arremesso e errou. Rafinha não conseguiu conter a provocação e passou a sambar com a bola nas mãos, tratando da redonda como se fosse um pandeiro. A tradicional bandeja virou pandeiro naquele dia, pois o pivô conseguia dar uma batida com uma das mãos na bola antes de arremessar, como se estivesse tocando um samba. A agitação compensou a redução no pique de jogo de Bauruzinho, que sentia as dores do empurrão de Barkley.

Mas o cardeal americano Bird fez um estranho pedido para o técnico Chuck Daly enquanto a organização limpava o mar de suor que estava a quadra. Em uma jogada arriscada, os americanos teriam Scottie Pippen de um lado e o mago loiro no outro. A aposta deu certo e a diferença de 9 pontos virou em minutos. A 3 minutos do fim, com um placar de 93 x 90, Zagal arriscou e mandou Bauruzinho de volta para a quadra. Era o tudo ou nada.

E foi o tudo do Brasil. A torcida passou a bater no ritmo do samba-enredo vencedor de 1990, Vira-Virou, a Mocidade Chegou. E o ritmo entrou na quadra, com uma seqüência de jogada que parecia uma batida. Rafinha dava o toco nos gringos, passava a bola para Mauro Poste e este observava. Ou ia pelos flancos com Mão Santa e seus três pontos ou deixava que Bauruzinho rugisse com tudo, colocando a bola na cesta com força. Os gringos ainda tentaram, mas o placar de 97 x 95 foi coroado com uma sambada de Rafinha. A cena deu origem a uma das mais famosas campanhas dos tênis Nike, com um ícone feito da silhueta de um jogador sambando a bola.

Quando o jogo terminou, os americanos não acreditavam na cena. Barkley saiu logo para o vestiário, chutando as placas, enquanto Bird e Jordan tentavam consolar o perplexo Magic Johnson, uma estrela sem brilho naquela noite. Já os brasileiros vibravam juntos, quebravam protocolos e iam até a torcida comemorar. Em uma cena digna das enciclopédias dos jogos, Rafinha e Bauruzinho arrancaram duas cestas de lixo da quadra e prenderam nas tabelas. A medalha foi mera lembrança, pois aquele fato atestou que seja latão ou basquete, o Brasil é o melhor na arte de jogar a borracha até o cesto. Tudo porque, um dia, uma bola teria furado.

André Pase

Obs.: Esse “artigo” é uma obra de ficção e, portanto, não deve ser levado a sério. Nenhuma das pessoas, empresas, entidades ou associações citadas no texto foi efetivamente entrevistada ou consultada. Ah, e como ninguém aqui tem talento para ler mãos, i-ching, tarô, búzios, mapa astral ou bola de cristal, qualquer semelhança com a vida real foi uma grande coincidência.