quarta-feira, outubro 24, 2007

A estranha reeleição de Julio Grondona

Chamou pouca atenção da imprensa internacional a oitava reeleição consecutiva de Julio Grondona como presidente da Asociación del Fútbol Argentino (AFA), cargo que ele ocupa há 28 anos. O que pode ser interpretado como um grande erro, pois poucos personagens no (sub)mundo da cartolagem encarnam com tanta clareza a imagem do chefe patriarcal e onipotente. O fato de 47 dos 49 delegados com direito a voto na AFA terem apoiado a permanência do atual presidente até 2011 é uma prova inconteste disso. E denúncias – nada efetivamente comprovado, esclareça-se – de que o mandatário estaria envolvido num esquema de lavagem de dinheiro no Uruguai foram solenemente ignoradas. Continuação

5 comentários:

Anônimo disse...

Em minha opinião, Grondona talvez seja até pior do que Ricardo Teixeira. A mesma falta de democracia - se RT vai para 20 anos de CBF, Grondona vai para 30 de AFA! -, o mesmo centralismo, a mesma entrega da seleção de mão beijada para empresas externas, a mesma despreocupação com os clubes. E, pelo que o texto diz, se, no Brasil, há uma oposição, ainda que pequena, a Teixeira, na Argentina Grondona faz o que quer.

Anônimo disse...

Excelente texto. O pessoal aí do Balípodo está mandando ver mesmo! Pô, falam até futebol argentino...

Daniel F. Silva disse...

Qualquer semelhança entre a AFA e os sistemas da CBF e da FIFA não é mera coincidência...

Se bem que nem a possibilidade de alternância é satisfatória. É só ver o exemplo da UEFA, em que o atual presidente, Michel Platini, acena com o remanejamento das vagas por país na Liga dos Campeões, o que poderá acarretar numa acentuada queda do nível técnico.

Anônimo disse...

Ubiratan, fiquei com uma dúvida. No texto, é dito que os direitos de comercialização dos amistosos da Argentina são de um consórcio de petrolíferas russas. Mas, no site da Kentaro, a empresa detentora dos direitos dos amistosos da CBF, também está lá "Argentina World Tour", com os jogos da Albiceleste. Aí, pergunto: a Kentaro não é suíça?

Abraços,

Felipe dos Santos Souza

Diogo disse...

Felipe, os jogos da seleção argentina são propriedade do consórcio russo Renova, de propriedade do magnata russo Viktor Vekselberg, uma das cinco maiores fortunas do país. O contrato passou a ter validade após a última Copa. É claro que o Grondona aceitou tudo. Mas admito que fiquei curioso com a sua observação.