quarta-feira, agosto 27, 2008

Não há mocinho nesta história

Depois de um silêncio estratégico, Robinho resolveu falar. E foi cirúrgico. Deixou absolutamente claro que não quer ficar no Real Madrid, abrindo as portas para uma negociação com o Chelsea. O brasileiro foi tão certeiro que nem deu para colocar a declaração na conta dos exageros do Marca. O Real Madrid não hesitou. No mesmo dia, colocou em seu site um comunicado em que liberava o jogador caso fosse paga a multa rescisória. A torcida do clube acompanhou a diretoria e repreendeu o meia-atacante em seu primeiro treino na temporada.

Um comentário:

Novas Arenas disse...

Ubiratan, um ponto de vista. Independentemente do aspecto legal, que tem como espelho um contrato assinado pelas partes, faltou ao Madrid um personagem fundamental para a resolução da negociação sem necessidade de tanto tiroteio. Um mediador. Um negociador de contratos eficiente.Um gestor de capital humano. Digo isso porque na minha visão o Real perdeu. Trocou Robinho, que se ainda não justificou a imensa expectativa que se criou em torno dele, inegavelmente é um excelente jogador, por 40 mi, e não contratou ninguem para seu lugar. Enfraqueceu-se portanto. Sem falar que 40 mi de euro podem parecer muito,mas nesse mundo louco do futebol europeu não é muita coisa. O Manchester United pagou 37 por um russo do Tottemham que é muito inferior ao Robinho. Assim, se o Real quiser contratar alguem com o mesmo nível do brasileiro, terá que pagar bem mais que 40 mi. Então se tecnica e financeiramente o negócio não foi vantajoso, porque deixaram a situação chegar nesse ponto ? Astros do futebol, infelizmente, são pessoas especiais. Vaidade extrema, ego inflado, milionários, e geralmente mal acessorados. lidar com eles requer MUITA habilidade. Habilidade que faltou ao clube. Ora, as pistas estavam claras. Uma enorme bomba relógio estava sendo montada e ninguem para desarmá-la. Os ingredientes: A proposta do Real por CRonaldo dando Robinho como "parcela". O clube diz a Robinho que ele é importante mas ao mesmo tempo o mantem como um dos salários mais baixos do elenco, nega sua liberação para as Olimpíadas mas não o utiliza. Posterga as conversações sobre renovação para depois do encerramento do período de transferencias (quando a posição estratégica de Robinho seria mais fraca). O que seria previsível, levando em consideração tudo isso e somando ao perfil do super-star ? Que ele buscaria uma proposta alternativa para forçar sua saída. Se "legal" ou ético, não importa. Caberia a um gestor de contratos competente desmontar a bomba, evitando todo esse desgaste, negociando um novo contrato com o jogador e preparando uma venda mais a frente por valores bem mais interessantes. Parabens pelo blog e um forte abraço.